sábado, 6 de abril de 2019
Para maioria, golpe de 1964 não deve ser comemorado, diz pesquisa
A comemoração da data que marcou o início da ditadura militar no Brasil, alvo de polêmica no último mês após ser incentivada pelo presidente Jair Bolsonaro , não conta com o mesmo apoio por parte da maioria da população. É o que aponta pesquisa do instituto Datafolha veiculada hoje pelo jornal “Folha de S. Paulo”.
Segundo o levantamento, para 57% dos entrevistados o golpe militar de 1964 deve ser desprezado. Já os que acham que a data merece, sim, comemoração, somam 36%. Outros 7% não souberam responder ou não quiseram opinar.
O levantamento é baseado nas respostas de 2.086 entrevistados pelo instituto entre terça e quarta-feira, em 130 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança (que é a chance de a pesquisa retratar a realidade) é de 95%.
De acordo com a pesquisa, o desprezo à data do golpe tem maior apoio entre os mais jovens, mais escolarizados e mais ricos da população. Entre as pessoas de 16 a 24 anos, 64% são contrários à comemoração. A porcentagem chega a 67% entre quem tem ensino superior e a 72% entre os de renda familiar mensal superior a dez salários mínimos.
Do outro lado, foram favoráveis à celebração do golpe 42% das pessoas com mais de 60 anos, 43% dos que têm ensino fundamental e 39% dos que têm renda mensal familiar de até dois salários mínimos.
Um outro recorte sobre o resultado da pesquisa, aponta que a maioria dos evangélicos entrevistados também rejeita as comemorações relativas ao início da ditadura.
Bolsonaro causou polêmica no mês passado ao determinar a comemoração do golpe de 1964 em quartéis. Criticado, disse que a intenção do governo era, na verdade, “rememorar” o dia .
O Globo
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