A Prefeitura de Santa Cruz foi
contemplada com mais um ônibus escolar. Inscrito no programa Caminhos da
Escola, que é gerido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE), o município de Santa Cruz conseguiu o seu segundo ônibus em
pouco mais de oito meses desta gestão.
O veiculo chegou à capital do Trairi na última segunda-feira (02),
tem capacidade para 22 pessoas, ar condicionado e é equipado para
transportar deficientes físicos com a plataforma elétrica para o fácil
acesso de cadeirantes. Segundo especificações do fabricante, o veiculo é
ideal para trafegar em estradas vicinais (estradas de barro).
O Secretário Municipal de Transportes e Obras Públicas, Francisco
Nogueira, informou que a prefeitura está providenciando o emplacamento
do veiculo junto ao Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-RN) e a
previsão é que o ônibus possa estar transportando alunos da zona rural a
partir da próxima semana.
O procurador-geral de Justiça, Rinaldo Reis, instaurou
inquérito civil para apurar possíveis atos de improbidade administrativa
cometidos pela governadora Rosalba Ciarlini. O alvo da investigação é a
forma como foi gasta verba que deveria ser destinada à área de
Educação. O Ministério Público investiga se o Governo do Estado deixou
de aplicar aproximadamente R$ 165 milhões e se utilizou recursos do
Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) para pagar,
irregularmente, salários de aposentados e pensionistas.
As
investigações contra Rosalba Ciarlini são referentes a 2011 e 2012,
período em que ela já estava no Governo do Estado. A governadora, de
acordo com o MP, não teria efetuado a aplicação do percentual mínimo de
recursos determinado pela Constituição Federal aos estados, que é de 25%
da receita resultante de impostos.
Segundo o
procurador-geral, o deputado estadual Fernando Mineiro (PT) entrou com
representação contra a governadora sobre a suposta redução nos valores
gastos pelo Estado com a Educação. Na representação encaminhada pelo
deputado, estava encartado o Relatório Anual das Contas do Governo do
Estado, elaborado pelo TCE, do exercício de 2012, e projeto de parecer
prévio de 2011, também elaborado pelo TCE, que apontam que o percentual
mínimo de despesas com a Educação foi alcançado somente após "a inclusão
indevida, nos anos de 2011 e 2012, de despesas com inativos e
pensionistas arrolados em rubrica de Previdência Básica", o que é vedado
por lei. Os dados, segundo o MP, mostram que a Educação deixou de ter
investidos R$ 165.415.499,11 durante os dois anos.
Rinaldo
Reis informou ainda que a 78ª Promotoria de Justiça da Educação de
Natal já tinha conhecimento do caso, tendo ajuizado a ação civil
pública, na 3ª Vara da Fazenda Pública de Natal, contra o Estado para
cessar o pagamento de inativos com recursos da Educação. O procedimento,
inclusive, teria sido adotado pelo Governo do Estado em 2010, com os
recursos gastos com a previdência sendo oriundos Fundeb. Em 2010, no
entanto, Rosalba era senadora.
A PGJ solicitou
à Secretária de Educação explicações sobre o uso de recursos da área de
Educação e do Fundeb para o pagamento de despesas de previdência
básica, assim como também solicitou ao Instituto de Previdência do
Estado a justificativa para a existência de uma folha de despesas de
previdência básica sendo custeada com recursos da Educação. Além disso,
Rinaldo Reis determinou ainda que o TCE encaminhe as análises e
informações sobre o cumprimento do percentual mínimo de gastos com
educação pelo Estado nos anos de 2010, 2011 e 2012, especialmente sobre a
inclusão de despesas referentes à Previdência Básica no orçamento da
Secretaria da Educação.
A governadora Rosalba
Ciarlini será intimidada para, em 10 dias, manifestar-se sobre o teor da
representação e a inclusão de despesas de previdência básica no
orçamento da Secretaria da Educação.