O presidente estadual do PV, Paulo Davim confirma para os próximos
dias, um encontro com a vice-prefeita de Natal, Wilma de Faria,
presidenta do Diretório Estadual do PSB do Rio Grande do Norte. Nesta
entrevista, ele admite um entendimento político com a líder do PSB e não
descarta candidatura própria do seu partido ao Governo do Estado nas
eleições de 2014.
Paulo Davim, que está no exercício do mandato de
senador no lugar do titular, Garibaldi Filho e é um dos principais
defensores do setor de saúde no Senado, fala sobre vários outros
assuntos, inclusive o programa “Mais Médicos” do Governo Federal. Segue a
entrevista:
JORNAL DE HOJE – O senhor terá um encontro com a
vice-prefeita de Natal e presidenta do PSB estadual. Qual será o teor da
conversa?
PAULO DAVIM – É um encontro solicitado pela vice-prefeita de Natal,
Wilma de Faria, para conversarmos sobre política e, naturalmente, sobre
sucessão estadual. O PV está receptivo a conversar com vários partidos e
não descarta um entendimento com o PSB. O teor detalhado da conversa só
saberemos após o encontro.
O JORNAL DE HOJE – O Partido Verde poderá ter candidato a governador nas eleições de 2014?
PAULO DAVIM – Essa possibilidade não está descartada, entretanto,
precisamos reconhecer que o partido encontra-se num momento de
reconstrução e ampliação. Mas, o parlamento continua sendo nossa
prioridade. Queremos ampliar nossa representatividade reconquistando o
espaço na Assembleia Legislativa e mantendo nossa representação na
Câmara Federal.
JH – Como o senhor avalia os nomes citados para o Governo do Estado até agora?
PD – São nomes que têm potencial competitivo, mas considero que mais
importante do que nomes é um projeto para o Rio Grande do Norte. Não
adianta ter bons nomes eleitoralmente sem projetos que resgatem o
Estado.
JH – Qual o seu projeto político pessoal?
PD – É conduzir o partido no processo eleitoral de 2014, ampliar e
consolidar o PV, reconquistar os espaços no parlamento e promover um
grande movimento para despertar o compromisso com a sustentabilidade.
JH – O PV votará pela reeleição de Dilma Rousseff?
PD – O Partido Verde está discutindo nomes para a presidência da
República e certamente terá candidatura própria. Posso citar Fernando
Gabeira, Augusto Curi, a vice-prefeita de Salvador, Célia Sacramento,
entre outros.
JH – Qual sua avaliação sobre o programa “Mais Médicos” do Governo Federal?
PD – É um programa cujo princípio de concepção é correto, que é levar
médicos para áreas de difícil provimento. Entretanto, a forma como foi
apresentado deu-se sobre pressão das ruas. O programa cometeu alguns
equívocos e o próprio governo teve que recuar como no caso do adicional
de 3 anos do curso de medicina. Outra medida adotada sem prévia
discussão foi a dispensa do revalida, além do vínculo precarizado, a
falta de garantia de condições, principalmente sem aceno de
financiamento da saúde e carreira médica.
JH – É melhor ter médicos com mínimas condições de trabalho ou não ter médico nenhum?
PD – Vou responder essa pergunta com um exemplo que dei ao ministro
Padilha. Eu ia no avião no trecho Natal/Brasília e a comissária
perguntou se tinha algum médico a bordo. Me apresentei e ela me conduziu
até onde estava um passageiro passando mal. A aeromoça colocou a mão no
ombro dele dizendo que ficasse tranquilo com a presença do médico. Ele
estava enfartando e não tinha nenhum medicamento na hora. O que eu
poderia fazer naquele momento? Só me restaria perguntar se o passageiro
sabia rezar para nós rezarmos juntos. Quero dizer com isso que não é só a
presença do médico. Sem estrutura, o médico é mesmo que um leigo. Se o
paciente está com uma doença, tem um problema, se está com uma doença
acompanhado por um médico mal formado, está com dois problemas.
JH – Senador, qual é sua expectativa com relação à mini reforma que está tramitando no Senado?
PD – Não acredito que evolua em tempo, até porque existe o princípio da
anualidade, portanto, significa dizer que nada será posto em prática nas
eleições do próximo ano.
“O PV passa por uma reciclagem ideológica”, afirma Rivaldo Fernandes
O presidente do Diretório Municipal do PV em Parnamirim, Rivaldo
Fernandes, reitera que o partido deverá ter candidato a Governador do
Estado em 2014 e diz que o nome poderá ser do senador Paulo Davim.
Segundo o dirigente parnamirinense, o senador Paulo Davim é um nome bom,
sem rejeição e credenciado pelos serviços prestados ao partido e ao Rio
Grande do Norte na condição de médico e político. “Sendo candidato,
Paulo Davim mostrará inicialmente duas prioridades, uma é o
enfrentamento à grave crise da saúde pública do Rio Grande do Norte e
como resolvê-la. A outra, é o problema da seca que dizimou o rebanho
bovino com resultados para a economia do Estado”, observa.
Sobre o encontro do senador Paulo Davim com a vice-prefeita de Natal,
Wilma de Faria, Rivaldo Fernandes considera importante para o futuro
dos dois partidos, considerados por ele como “bastante identificados”.
Observa que PV e PSB são legendas de centro esquerda que lutam pelos
mesmos ideais. “O PV está vivendo um processo de reabilitação ideológica
a partir da presidência do senador Paulo Davim e da saída de alguns
integrantes como Gilson Moura, “que não tinha identidade ideológica”,
além de Carlos Paiva, Aquino Neto, que prestaram serviços ao PV, mas
também não se identificavam com a causa ambientalista”, ressalta Rivaldo
Fernandes.(JP)
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