A última sexta-feira (8) não foi das melhores para o funcionário
público aposentado Paulo Rodrigues da Costa, de 72 anos. Como fazia
costumeiramente, ele tentou pegar o ônibus da linha 51, que faz o
trajeto Pirangi-Rocas, no terminal do transporte coletivo localizado no
bairro das Rocas. Ao tentar subir no ônibus pela porta que fica
localizada no meio do ônibus, o motorista deu partida e fechou a porta,
prendendo a mão de Paulo Rodrigues, que foi arrastado por poucos metros.
Com a queda, o funcionário público aposentado teve uma fratura exposta
na perna esquerda, uma fratura no tornozelo direito e um trauma no
fêmur. Hoje, ele se encontra internado no Hospital Monsenhor Walfredo
Gurgel à espera de uma cirurgia eletiva, que é realizada no Hospital
Memorial ou Hospital Médico Cirúrgico.
O filho de Paulo Rodrigues, o fotógrafo Daniel Santos, conta que o
acidente aconteceu por volta das 12h30, mas que a ambulância do Serviço
Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) só chegou para prestar os
primeiros socorros por volta das 14h30. Isso porque, segundo Daniel,
nenhum dos motoristas que estava no terminal de ônibus se solidarizou
com o acidente sofrido por seu pai. Ele conta que ontem procurou a
Delegacia para prestar o boletim de ocorrência, mas foi surpreendido com
a informação de que o motorista já havia prestado um boletim de
ocorrência na sexta-feira (8), alegando que o aposentado Paulo Rodrigues
havia se jogado contra o ônibus em movimento.
Daniel Santos reclamou da falta de assistência da empresa em relação
ao acontecido com o seu pai. Ele conta que no sábado, uma pessoa da
empresa procurou a família no hospital para saber da situação do
aposentado, mas que desde então o abandonou. “Essa pessoa nos deixou um
telefone, mas ele não atende mais. Ligamos e eles dizem que não podem
fazer nada e enquanto isso meu pai fica aqui sofrendo com dor e sem
perspectiva de quando realizará essa cirurgia. Além da empresa não ter
prestado o atendimento básico no dia do acidente, ele foi constrangido e
humilhado”, afirmou.
Agora, o filho de Paulo Rodrigues conta que acionaram a Justiça para
que a empresa transfira o pai para um hospital particular, de modo que a
cirurgia ortopédica possa ser realizada o quanto antes. Além disso,
eles querem que a empresa também arque com os medicamentos e custos do
tratamento pós-cirúrgico. “A recuperação de uma pessoa idosa é mais
lenta e quanto mais tempo passar pior será a recuperação”, disse Daniel.
Paulo disse que está sentindo muita dor e que não consegue mexer os
membros inferiores. “Eu saltei do ônibus para que ele não me arrastasse
até a morte. Agora estou aqui sentindo muitas dores e só espero sair
dessa situação o quanto antes. Sei que Deus me deu mais um livramento”,
afirmou o aposentado.
Paralisação
Desde a última sexta-feira (8), os trabalhadores da empresa Safe que
prestam serviços no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel nos setores de
higienização, macas e nutrição, paralisaram as atividades, em função do
atraso no salário. Desde então, a alimentação está sendo servida apenas
para os pacientes internados. A Secretaria Estadual de Saúde Pública
(Sesap) informou que já foi autorizada a transferência do pagamento para
a empresa, mas os servidores só devem retornar as atividades após
receber o salário referente ao mês de outubro. Na manhã de hoje (11), os
trabalhadores estavam em frente ao Hospital, em forma de protesto.
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