Ciente de que seria derrotado caso o texto fosse votado na Câmara, o
governo desistiu de aprovar este ano o Marco Civil da Internet. A
intenção agora é costurar um acordo na base aliada para resolver a
questão no início de 2014.
O tema ainda é considerado prioridade, mas por falta de consenso deve
ser retirado o pedido de urgência para análise. Isso liberaria a pauta
de votação da Câmara, obstruída desde o fim de outubro.
O marco é visto como a “Constituição” da internet. É por meio dele
que serão fixados os princípios gerais de uso e prestação do serviço,
como liberdade de expressão e proteção de dados pessoais.
A maior dificuldade do governo é convencer as lideranças de partidos
aliados a aceitar o conceito de “neutralidade” previsto no texto do
relator Alessandro Molon (PT-RJ).
O jargão é utilizado para definir que o acesso a todos os sites
precisa ser feito na mesma velocidade e que não podem ser vendidos
pacotes específicos. Desta forma, fica liberada a venda de pacotes de
acesso que não discriminem o conteúdo acessado.
As teles dizem que essa medida fará aumentar o preço dos pacotes, além de piorar a qualidade do serviço.
Segundo o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO), o governo deixou de
tratar o texto como prioridade por causa do apelo das teles. “Não anda
porque as teles não querem. Até a oposição quer votar.”
Uma das saídas para desengatar o projeto é permitir que a Anatel
(Agência Nacional de Telecomunicações) elabore um decreto para tratar
dos temas mais polêmicos. O texto da agência teria o desafio de
contemplar interesses do governo e das teles.
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