A Nissan decidiu cancelar o contrato de patrocínio firmado com o
Vasco da Gama. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (16), após
reunião de representantes da montadora e do clube carioca. A rescisão
deve-se à briga entre torcedores organizados do Vasco e do Atlético-PR,
em Joinville (SC), na última rodada do Campeonato Brasileiro (5 a 1 para
o time paranaense). Não houve mortes, os quatro feridos já tiveram alta
e os dois times sofreram punição em tribunal desportivo — mas as
imagens do quebra-pau nas arquibancadas são fortes e rodaram o mundo.
Segue texto da nota oficial da montadora japonesa, divulgada na noite desta segunda:
Depois dos recentes atos de inaceitável violência, a
Nissan informa que não manterá o contrato de patrocínio junto ao Club de
Regatas Vasco da Gama. A direção da Nissan considera que os referidos
atos de violência são incompatíveis com os valores e princípios
sustentados e defendidos pela empresa em todo o mundo.
O patrocínio havia sido assinado em julho de 2013, e tinha previsão de duração de quatro anos.
A Nissan reforça seu compromisso com o
esporte brasileiro como Patrocinadora Oficial dos Jogos Olímpicos e
Paralímpicos Rio 2016 e apoio a 30 atletas olímpicos e paralímpicos do
Brasil.
O Vasco ganharia R$ 7 milhões anuais para estampar a logomarca da
Nissan nas costas de seu uniforme até 2016 (o patrocinador “master” é a
Caixa Econômica Federal). No sábado (14), o presidente do Vasco, Roberto
Dinamite, negara a possibilidade de rompimento, alegando que não havia
recebido qualquer notificação sobre isso. As primeiras informações sobre
o eventual rompimento surgiram na sexta-feira (13), mas sem a
confirmação oficial que só veio agora. A pressão pelo cancelamento teria
vindo da matriz, no Japão.
Segundo apurou, o fato de o Vasco ter sido rebaixado à Série B do Brasileirão não teve influência na decisão da montadora.
O diretor de marketing da Nissan, Murilo Moreno, chegou a dizer em
novembro, quando o time carioca estava a um ponto da zona do
rebaixamento, que disputar a segunda divisão seria “melhor ainda” para a
marca, já que a exposição do Vasco na mídia tende a ser maior. “E ainda
por cima vamos ser o patrocinador do acesso”, disse o executivo.
Roberto Dinamite e François Dossa, presidentes de Vasco e Nissan,
celebram o patrocínio ao clube em julho; abaixo, torcedores
uniformizados do clube carioca (que não ostentam a logomarca da Nissan
em suas roupas; ela é visível apenas na camisa do jogador nº 13 do
clube) atacam rival atleticano já caído no chão, na briga do último dia 8
em Joinville (SC)
No anúncio do acordo com o Vasco, François Dossa, presidente da
Nissan do Brasil, disse que “o esporte e o futebol, paixões do
brasileiro, são caminhos que escolhemos para dar visibilidade à marca
Nissan no Brasil”. E prosseguiu: “Escolhemos o Vasco por ser um clube de
tradição, além das duas instituições terem em comum o apoio à
diversidade, à responsabilidade social e à prática do esporte como
plataforma de transformação social”.
NOVA SEDE
Ao longo de 2013, a Nissan transferiu boa parte de suas operações para o
Rio de Janeiro, porque sua nova fábrica, que será responsável por
nacionalizar modelos cruciais como March e Versa (hoje importados do
México), está sendo erguida em Resende, região sul do Estado.
Atualmente, a marca japonesa divide a sede (fábrica e escritórios) da
Renault em São José dos Pinhais (PR).
Outra ação de marketing carioca da Nissan é o patrocínio ao desfile
da escola de samba Acadêmicos do Salgueiro em 2014, cujo enredo aborda a
sustentabilidade — um dos pilares da estratégia global da Nissan, que
investe alto em modelos elétricos.
Como afirmou em sua nota, a Nissan também é a patrocinadora
automotiva da Olimpíada de 2016, que será disputada na cidade do Rio de
Janeiro.
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