Única pré-candidatura definida ao governo do Estado nas eleições
deste ano, a postulação do vice-governador do Rio Grande do Norte,
Robinson Faria, presidente estadual do PSD, começará a ser discutida
nesta quinta-feira pelo diretório estadual do PT, durante reunião da
executiva do partido. Na oportunidade, as principais lideranças do PT no
Estado, entre elas, a deputada federal e pré-candidata ao Senado,
Fátima Bezerra (PT), e o deputado estadual Fernando Mineiro, estarão
reunidas com o governadorável do PSD e lideranças dessa legenda, como o
deputado federal Fábio Faria e os deputados estaduais José Dias e Gesane
Marinho, além do prefeito da segunda maior cidade do estado, Mossoró,
Francisco José Júnior.
A reunião foi marcada a pedido do PT, que está dialogando com os
partidos em torno das alianças políticas para as eleições deste ano.
Diante do quadro de alianças que se desenha no Rio Grande do Norte, o
presidente do PT, Eraldo Paiva, já admite a possibilidade de aliança com
o PSD, em torno da candidatura de Robinson Faria a governador do
Estado. “Nós tiramos como recorte fazermos aliança no estado com
partidos que compõem a base da presidente Dilma. Então, o PSD do
vice-governador Robinson é um partido que já nos colocou oficialmente e
declarou o apoio a Dilma, inclusive o prefeito de Mossoró, que é do PSD,
já declarou apoio a Dilma também. Nós vamos conversar nesta quinta”,
explicou Eraldo.
A aliança entre PSD e PT está sendo dada como certa já pela classe
política do Rio Grande do Norte, como opção a uma chapa mais ampla que
reuniria, num outro palanque, o PMDB, o PSB, e, possivelmente, o DEM e o
PSDB, partidos que não estão alinhados com o projeto nacional do PT,
que é de reeleição da presidente Dilma Rousseff. “Então o PSD, por ser
um partido da base de sustentação do nosso governo no Congresso, como
também por apoiar a reeleição da presidenta Dilma, será um partido com
quem vamos dialogar a luz do que diz a resolução estadual e o que diz a
resolução nacional do PT”, frisou Paiva.
Indagado se o PT poderá então apoiar a candidatura de Robinson ao
governo, num palanque com Fátima para o Senado, o dirigente do PT
afirmou: “Lógico. O PT está aberto para discutir. Temos uma prioridade
que é a eleição de Fátima. É a parte que nos cabe aqui, além da
prioridade da reeleição de Dilma. Então, vamos iniciar o diálogo com
Robinson, para ouvir quais os projetos dele. Como ele se tornará
candidato. Em que cenário ele é candidato a governador. E nós também
vamos apresentar o nome da deputada Fátima Bezerra ao Senado”,
completou.
Eraldo disse que, quanto ao palanque, o PT estadual não irá
tergiversar. “O PT vai defender um palanque nítido no RN e no Brasil,
que é o palanque de reeleição da presidente Dilma”, disse. Instado a
avaliar as chances eleitorais da chapa Robinson governo e Fátima Senado,
Eraldo disse que o PSD de Robinson tem um bom tempo de TV, e que será
possível ampliar a aliança para outros partidos. “Nós não paramos para
analisar as pesquisas. Mas treino é treino e jogo é jogo. O PSD tem um
bom tempo de TV, porque tem uma boa bancada federal, e aliança com
alguns partidos”.
Ainda segundo Eraldo Paiva, “a eleição no RN é aberta. Os partidos
não apresentaram oficialmente nomes, tirando o PT, que apresentou Fátima
ao Senado, e o PSD, com Robinson, os outros partidos não apresentaram
oficialmente candidaturas”. “Estamos analisando, e vamos conversar com
os partidos que formam a base do nosso governo”.
“Robinson e Fátima são a novidade na chapa majoritária”
O ex-presidente do PT Geraldo Pinto voltou a defender na manhã de
hoje a chapa Robinson Faria para o governo e Fátima para o Senado. Em
entrevista ao programa “RN em Debate”, da TV União (segunda a sexta,
12h15), ele reforçou a possibilidade de aliança entre PT e PSD, tendo o
vice-governador como candidato a governador e a deputada Fátima Bezerra
disputando o Senado. A chapa enfrentaria um candidato do PMDB ao governo
(Garibaldi, Henrique ou Fernando Bezerra), com a presidente do PSB,
Wilma de Faria par ao Senado. Um terceiro palanque poderia ser o da
governadora Rosalba Ciarlini, se a Justiça Eleitoral permitir o DEM
chancelar.
“No momento, estou propondo ao PT e quero discutir no PT a chapa
Robinson Faria para o governo, Fátima para o Senado, numa composição do
PT com o PSD nos moldes do que é”, disse Geraldo Pinto. Segundo
Geraldão, como é conhecido, “a vinda do PSD para uma aliança com o PT
foi importantíssima em São Paulo, porque permitiu ter um governo mais
próximo do governo federal. E aqui Robinson tem esse papel. Vai ser uma
novidade”, destacou.
Segundo Geraldo Pinto, tanto Robinson quanto Fátima “são dois
políticos antigos, têm experiência, mas serão a novidade do ponto de
vista de estarem numa chapa majoritária”. Acrescentou o petista:
“Robinson foi presidente da Assembleia e agora como vice, enquanto você
tem um caos no governo, ninguém fala no vice-governador. Porque ele teve
uma postura de se colocar contra, teve coragem, teve ousadia de fazer.
Espero que a gente possa viabilizar isso para apresentar ao povo uma
alternativa ao acordão”, declarou.
Ainda de acordo com Geraldo Pinto, a aliança adversária, articulada
pelo PMDB, junta num mesmo palanque “políticos que foram adversários a
vida toda”. Nesse sentido, “o povo sabe das diferenças que existem no
grupo”. E conclui: “Como é que vão confiar num grupo que historicamente
estiveram contra e agora vão estar todo mundo junto? Nós somos do PT,
estamos com projeto nacional de reeleger a Dilma, com aliados. Somos
contra o DEM. Do ponto de vista programático, o que o RN está vivendo
foi uma opção errada, que o povo também ajudou a fazer. Então acho que
agora temos que fazer essa correção. E essa correção é Robinson para o
governo e Fátima para o Senado”.
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