Rio (AE) - Em meio a uma crise financeira e de credibilidade,
reclamações de acionistas minoritários e ameaças de processos, a
petroleira OGX, que já foi estrela do Grupo EBX, está conduzindo “dentro
do planejamento” o processo de reestruturação de sua dívida de US$ 3,6
bilhões em títulos emitidos no exterior, nas palavras de seu
diretor-presidente, Luiz Eduardo Carneiro.
O processo poderá incluir tanto uma recuperação judicial quanto um
pedido de aporte de mais recursos por parte dos detentores de títulos.
“A coisa está indo muito bem, dentro do nosso planejamento”, afirmou
Carneiro.
“A recuperação judicial é uma possibilidade. Não estou
dizendo que vamos entrar. Mas aquilo que for possível e impossível fazer
para que a gente chegue lá e consiga fazer a reestruturação financeira,
nós vamos fazer”.
A principal proposta da reestruturação da
dívida é transformar em capital acionário o passivo de US$ 3,6 bilhões.
Segundo fonte ouvida pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real
da Agência Estado, os detentores de títulos estariam convencidos dessa
necessidade. Com os títulos negociados a 18% de seu valor, a única
solução seria convertê-los em ações.
Negociação
Segundo
Carneiro, essa operação poderá incluir pedido de injeção de recursos
pelos detentores de títulos, mas ele ainda não foi feito. O executivo
não informou prazos. Disse apenas que “a negociação é crítica” e que,
esta semana, termina uma etapa. “Quem está conduzindo o processo da
reestruturação financeira é a OGX”, disse Carneiro, sustentando que a
consultoria Angra Partners assessora Eike Batista.
Na visão de
Carneiro, a postura de fazer de tudo para reestruturar a empresa inclui
até mesmo opor-se ao controlador. O executivo garantiu que a diretoria
da OGX tomou a decisão de exigir a injeção de US$ 1 bilhão (“put”, no
jargão do mercado) por parte de Eike na empresa sem avisá-lo antes. A
exigência da diretoria da OGX foi anunciada na última sexta. Na segunda,
a OGX informou que Eike enviou carta para a companhia contestando a
exigência. “Há uma confusão no mercado, dizendo que fizemos isso
articulados com Eike. Não é assim. A decisão foi da diretoria e eu
exerci a ‘put’, sem sequer avisar ao Eike”, disse Carneiro.
Na
assembleia, os minoritários da OGX não conseguiram lançar candidato ao
Conselho de Administração nem instalar um Conselho Fiscal na petroleira -
hoje, o órgão não existe na empresa.
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