Esse é o resultado da abertura oficial da temporada de cruzeiros no Rio Grande do Norte, que começa no próximo dia 28 de novembro e encerra em 16 de abril de 2014, quando praticamente já não há mais navios de passageiros circulando pela costa brasileira.
Por causa dos atrasos nas obras do novo terminal de passageiros, que deverá ser entregue completamente só em janeiro do ano que vem, a temporada se resumirá essencialmente ao roteiro para Fernando de Noronha, com escalas em Recife e João Pessoa, realizado com exclusividade há 24 anos pela empresa Brazilian Cruises.
As passagens marítimas para o arquipélago, que antes eram vendidas apenas em Recife, já podem ser encontradas em Natal. “Inicialmente, colocamos 15% à disposição dos interessados aqui, mas nada impede que, dependendo da procura, aumentemos esse percentual”, garantiu Marcelo Sanches, diretor operacional da Brazil Cruises.
Nesta quinta-feira pela manhã, no auditório da Companhia Docas, na Ribeira, o anúncio da temporada de cruzeiros foi transformado num evento concorrido, com representantes da Codern, Prefeitura do Natal, Governo do Estado, Capitania dos Portos e do “trade” turístico da capital.
Com obras atrasadas em relação ao cronograma inicial, o terminal marítimo de passageiros, que terá uma administração privada (não da Codern), funcionará a partir de novembro, possivelmente com dois de seus prédios concluídos. Custará – de recursos federais – mais de R$ 50 milhões – quase o dobro do terminal de passageiros do porto de Recife concluído este mês.
A vinda da Brazilian Cruises, empresa fundada por Milton Sanches, dependia basicamente das condições operacionais do terminal de passageiros de Natal por ocasião do início da temporada de cruzeiros. O Louis Aura, de bandeira grega, com 30 mil toneladas e capacidade para 900 passageiros, não abrirá a temporada sem inaugurar o terminal de passageiros como estava previsto em abril, quando aconteceu a primeira vinda do comandante da BRC.
Como o arquipélago de Fernando de Noronha permite apenas o desembarque de grupos de 300 pessoas em terra por vez de cada navio, por questões ambientais, o Louis Aura chegará em Natal com, no máximo, 750 passageiros. É esse público que terá o privilégio histórico de festejar a passagem de ano na cidade, tendo como cenário o show pirotécnico por trás da ponte Newton Navarro, na Redinha.
Com 400 tripulantes – quase dois por passageiro, os turistas não serão um público para a rede hoteleira local, mas nas poucas horas em que ficarão em solo potiguar, prometem se transformar em futuros visitantes da cidade e, quem sabe, potenciais divulgadores do destino.
Segundo Milton Sanchez, da BCR, para Natal essas escalas são importantes para alavancar o turismo e colocar Natal no itinerário de turistas de todo o país, já que os navios podem ser tomados pelos passageiros em qualquer de suas paradas. Além disso, ele lembra que esse movimento acaba beneficiando toda cadeia turística, principalmente a hoteleira, já que muitos passageiros poderão descer aqui e continuar a viagem por terra, retornando ao Porto para seguir viagem por mar quando o navio voltar.
A BCR foi contratada pela CVC no final de 2000 para organizar a parte náutica da operadora, que, em pouco tempo, passou a responder por 15% dos negócios da empresa fundada por Guilherme Paulus. Agora, sem seu principal cliente, mas com a experiência de 40 anos no ramo, a BCR de Milton Sanchez já fechou a vinda para o Porto de Natal de cruzeiros saindo e voltando para a cidade.
Ao todo serão nove roteiros divididos e dois pacotes: o primeiro (Natal – Fernando de Noronha – Porto de Cabedelo – Recife – Natal); o segundo: (Natal – Fortaleza – Noronha – Recife – Natal). Ambos, como se pode ver, começam e terminam na capital potiguar.
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