Uma decisão importante, em um momento de extremo sofrimento, pode
ajudar a salvar a vida de dez pessoas, em alguns casos. Detectada a
morte encefálica, quando o cérebro para de funcionar, a família se vê
diante de dilema, em meio a dor da perda do ente querido, e tem dois
caminhos a seguir: pedir para desligar os aparelhos e sepultar o
familiar ou decidir deixar aproveitar os órgãos para que a vida do
paciente continue, de uma certa forma, em outras pessoas, salvando e
melhorando a condição de vida de outra. Essa decisão tem que ser tomada
nas primeiras horas após o anúncio da morte encefálica, o que aumenta a
chance de captação dos órgãos.
A decisão de doar os órgãos pode ajudar zerar uma fila angustiante e
penosa, que pode durar meses, e em alguns casos os pacientes sequer
aguentam esperar a sua vez. Atualmente, no Rio Grande do Norte há, pelo
menos, 170 pessoas à espera de órgãos, sendo que 85 à espera de
transplante de córnea, 83 esperando por um rim e dois na fila por um
transplante de fígado. Isso sem contabilizar os pacientes que necessitam
de transplante de coração e de medula óssea. Essa fila varia
diariamente. Os casos mais graves são os pacientes que precisam de
transplante de fígado e de coração, que pela gravidade dos casos, muitas
vezes, morrem sem sequer realizar o transplante.
A demora na captação de órgãos acontece, quando o paciente tem a
morte cerebral comprovada, mas não comunicou a família o desejo de ser
um doador de órgão. Em 2012, o Estado conseguiu 192 doadores de
múltiplos órgãos. Este ano, até o mês de agosto, apenas 31 doações de
múltiplos órgãos foram realizadas. Diante da queda no número de
doadores, o Ministério da Saúde, a cada ano, intensifica as ações de
sensibilização com uma semana dedicada à doação de órgãos, que termina
neste domingo (29), para reverter esse quadro.
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