Os bancos oficiais estão tentando notificar administrativamente o
Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários do Rio Grande do
Norte para garantir o funcionamento das agências bancárias, em Natal e
no interior, com 30% dos funcionários que é o mínimo garantido pela lei
de greve. A informação foi confirmada na manhã desta quarta-feira (9),
em reunião dos representantes dos bancos com diretor do Procon Natal,
Kléber Fernandes.
De acordo com os
participantes da reunião, o Banco do Brasil já tentou uma vez encaminhar
notificação, mas o Sindicato dos Bancários não teria atendido à
solicitação da instituição. O BB afirma que, atualmente, 12,9% dos
funcionários estão trabalhando durante a greve que entrou para o 23º
dia.
O BB apresentou a minuta da notificação a
Kléber Fernandes, alegando que, por conta do Sindicato dos Bancários
estar ferindo a lei de greve, não está conseguindo atender a demanda da
clientela nos caixas eletrônicos, que hoje são a principal via de acesso
da população aos serviços bancários.
Em
último caso o banco disse ao Procon que a Divisão Jurídica do BB, em
Brasília, deverá acionar juridicamente o Sindicato dos Bancários para
garantir a prestação do serviço por no mínimo 51 empregados, como prevê a
lei de greve.
Para atender à demanda do Procon, o BB disse que uma alternativa
tomada foi a terceirização da logística de suprimento de dinheiro dos
caixas eletrônicos, que era uma atribuição dos próprios empregados do
BB. Antes da greve, 12 caixas eram abastecidos por terceirizados e, a
partir de agora, está sendo ampliada para 30 caixas eletrônicos em
agências de Natal.
A representação da Caixa
Econômica também alegou que, em virtude da sobrecarga de trabalho, as
gerências de suas agências também não conseguem vazar a demanda. Por
isso, a Caixa ainda sugeriu que o Procon solicite ao Ministério Público
do Trabalho (MPT) que possa intermediar negociação com o Sindicato dos
Bancários a fim de garantir o mínimo exigido de funcionários para
atendimento da clientela bancária com o provisionamento de dinheiro,
envelopes e bobinas para impressão de saques, extratos e saldos
bancários nos caixas eletrônicos. Segundo o banco, somente 8% do
atendimento é feito diretamente e pessoalmente dentro das agências
bancárias.
Outra informação prestada pelos
bancos oficiais, principalmente o BB, é de que no começo da greve
tentou-se fazer o ordenamento das filas, sobretudo para atender a
clientela preferencial, como idosos, portadores de deficiências e
gestantes, mas, com a hostilização da população, os funcionários que
ainda estão trabalhado recusaram-se a continuar o atendimento em função
da falta de segurança.
O diretor geral do
Procon Municipal já se prontificou a procurar uma audiência com o
procurador do Trabalho, Fábio Romero Aragão, a fim de expor a situação
alegada pelos bancos oficiais, no sentido inclusive, de negociar com o
Sindicato dos Bancários a volta ao trabalho de pelo menos 30% dos
empregados.
Segundo Fernandes, o Procon
continuará cobrando dos bancos o mínimo de atendimento aos clientes, mas
marcou para nova reunião para amanhã, às 9h, com os bancos para tentar
resolver de vez a garantia dos serviços bancários à população.
Já
a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) marcou uma reunião para as
10h de amanhã, em Brasília, com o comando nacional da greve dos
bancários.
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