Após um período de cinco anos sem realizar transplantes de fígado, o Rio Grande do Norte
voltou a ter esse tipo de procedimento. O anúncio foi realizado pela
Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde Pública
(Sesap). De acordo com a central, um paciente foi operado no último dia
12 no hospital do Coração, instituição habilitada em transplantes
hepáticos pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.
Os transplantes são custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O paciente, um aposentado de 67 anos, trabalhava com turismo e se
aposentou por causa da insuficiência hepática grave. Ele teve alta
médica e hospitalar na última quarta-feira (18) e já se encontra em
casa. O doador do órgão foi um homem de 30 anos que teve morte
encefálica no hospital Walfredo Gurgel.
Uma equipe especializada de cirurgiões, clínicos, anestesistas e
enfermeiros foi montada para o transplante de fígado. O procedimento é
considerado delicado. A cirurgia foi feita pelos médicos Alexandre
Borges e Fernando Lisboa Junior. O médico-tutor do procedimento foi
Marcelo Resende, cirurgião–chefe do hospital Albert Einstein, que veio a
Natal para acompanhar o primeiro transplante.
De acordo com a subcoordenadora da Central de Transplantes do RN,
Patrícia Maciel, o credenciamento do hospital, em 28 de dezembro de
2012, evita que o paciente tenha que sair do estado para fazer o
transplante.
Atualmente, duas pessoas aguardam por um transplante do mesmo tipo no
estado. É necessária a compatibilidade sanguínea entre doador e
receptor. Além de fígado, a Central de Transplantes do RN, criada em
2000, viabiliza transplantes de rim, córnea, medula óssea e coração. A
Central é responsável por inscrever potenciais receptores,
classificá-los e agrupá-los, de acordo com as medidas necessárias para
facilitar a localização e a verificação de compatibilidade. Também
comunica ao Sistema Nacional de Transplantes as inscrições de possíveis
receptores e recebe notificações de morte encefálica ou outra que
possibilite a retirada de órgãos e tecidos para transplante.
Segundo Artenise Revoredo, coordenadora da Central de Transplantes,
outra parte do trabalho é a sensibilização das pessoas quanto ao
processo de doação de órgãos. No primeiro semestre de 2013, o índice de
recusa familiar foi de 57% no estado. “As pessoas precisam informar aos
seus familiares o desejo de ser um doador, pois eles são os responsáveis
por autorizar o ato. Doar significa dar uma nova vida a quem está
precisando de um órgão”, afirmou.
Com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a relevância da
doação, o Ministério da Saúde desenvolve uma campanha nacional neste mês
de setembro, em alusão ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado
em 27 de setembro.
Doações no RN
Conforme dados do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), no
primeiro semestre de 2013, o Rio Grande do Norte registrou um total de
48,6 potenciais doadores por milhão da população (pmp), número superior à
média do Brasil (44,3 pmp). Já o número de doadores efetivos no estado
foi de 13,9 pmp, enquanto que no país foi de 13,3 pmp. Além disso, no RN
o número de transplantes renais, nesse semestre, correspondeu a 17,7
pmp, o de córneas a 55,6 pmp e o de medula a 16,4 pmp, o terceiro maior
do Brasil. Atualmente no Estado, além das duas pessoas que esperam por
um transplante de fígado, há 70 aguardando por rim e 84 por córnea.
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