Publicado na revista “Nature”, o estudo é
o primeiro a identificar o papel do gene MX2 em humanos na inibição do
vírus causador da Aids. Pesquisadores dizem que o gene poderia ser um
novo alvo para tratamentos menos tóxicos e mais efetivos, em que o
próprio sistema de defesa do corpo seria mobilizado contra o vírus.
Cientistas realizaram experimentos em
laboratório com células humanas, introduzindo o vírus em duas linhas
celulares diferentes e observaram os efeitos. Numa linha celular, o gene
MX2 foi “ligado”, enquanto que na outra, “silenciado”. Eles perceberam
que nas células em que o MX2 foi silenciado, o vírus se replicou e se
espalhou. Nas outras, o vírus não foi capaz de se replicar e novos vírus
não foram produzidos.
- Esta é uma descoberta excitante que
traz avanços na compreensão de como o vírus HIV interage com o sistema
imune e abre oportunidades para desenvolver novas terapias para tratar a
doença. Até agora nós sabíamos muito pouco sobre o gene MX2, mas hoje
reconhecemos tanto a sua potente função antiviral quanto a sua
importância na vulnerabilidade do ciclo de vida do HIV – disse um dos
coordenadores do estudo, Mike Malim, do Departamento de Doenças
Infecciosas do King’s College London.
Segundo o professor, desenvolver drogas
para estimular os inibidores naturais do corpo é uma abordagem
importante, já que isto evita a resistência aos medicamentos. De acordo
com o pesquisador, existem dois caminhos: é possível desenvolver tanto
uma molécula que imita o papel de MX2 ou um medicamento que ativa a
capacidade natural do gene.
- Embora pessoas com HIV estejam vivendo
mais, com vidas mais saudáveis graças aos tratamentos atuais mais
eficientes, eles podem ser tóxicos para o corpo, e a resistência à droga
pode se tornar um problema no uso de longo prazo – acrescentou.
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