Problemas pontuais de fim de obra, além da burocracia normal com a
Prefeitura, atrasaram nesta segunda-feira o anúncio de data para a
entrega oficial da segunda fase da expansão do Natal Shopping, prevista
para esta semana. Com a fachada já finalizada, faltando receber os
detalhes finais, a verdade é que nem os lojistas sabem afirmar quando se
dará a festa de inauguração.
Quando o Midway Mall fechou sua terceira expansão, problemas
idênticos tiraram o sono dos responsáveis pelo início da operação e
lojas abriram bem depois da entrega das obras. E não é diferente agora
com a Natal Shopping, que até hoje pela manhã não havia confirmado a
programação oficial. Na Associação dos Lojistas do shopping também
ninguém soube dar qualquer informação.
Desde meados de 2009 já se sabia da ampliação do empreendimento
anunciada pelo co-presidente da Ancar Ivanhoe, Marcelo Baptista
Carvalho, durante o aniversário de 17 anos do Natal Shopping. Na
ocasião, ele avisou que a intervenção seria de grande monta para fazer
frente ao rolo compressor chamado Midway Mall. “Vamos crescer por cima
da área de estacionamento”, informou.
Uma das primeiras providências dos novos donos do Natal Shopping foi
acabar com os cinemas até que pudesse reabrir uma estrutura de salas à
altura do concorrente. É o que está, inclusive, acontecendo agora no
Norte Shopping, que também trabalha em uma reformulação bem menos
pretensiosa, porém substancial, de sua área interna.
Com a segunda fase, o Natal Shopping ganha 10.500² de ABL (Área Bruta
Locável), além de seis salas de cinema do grupo mexicano Cinépolis (o
mesmo que está no Norte Shopping). Com a mudança, 60 novos pontos de
venda passam a fazer parte da operação.
Entre as novidades estão marcas como Centauro, Renner, Academia
Fórmula e mais 875 vagas cobertas para automóvel (totalizando 1.300
vagas cobertas com sistema automatizado, indicando visualmente onde está
ou não ocupado). Com 20.726 metros quadrados de ABL em funcionamento, a
ampliação custou mais de R$ 83 milhões. A meta é chegar a 2015 somando
outros 10 mil m² de ABL.
Em 1972, o pai de Marcelo Carvalho se beneficiava de um semestre
sabático em Harvard quando teve a ideia de investir em shopping numa
época em que os brasileiros ainda se deslumbravam com as escadas
rolantes de grandes lojas de departamento. Nascia o grupo Ancar
controlado pela família Carvalho. Desde 2006, a Ancar está associada à
Ivanhoe Cambridge, um player de peso da indústria mundial de shoppings
centers, com 65 deles plantados no Canadá, Europa, Estados Unidos, Ásia e
Brasil.
A aquisição de 100% do controle do Natal Shopping aconteceu depois
que o grupo se desfez de um das joias da coroa – o Shopping Center
Recife – para fazer caixa e sair arrematando uma série de shoppings pelo
país, entre eles o Natal Shopping.
Ao contrário do Midway Mall, a filosofia comercial do Natal Shopping é
exatamente a mesma presente nesse tipo de negócio no país: não
desperdiçar nenhum espaço que possa produzir faturamento.
Em entrevista dada a este jornalista em junho de 2009, Marcelo
Carvalho afirmou não entender porque o Midway Mall abria mão de cobrar
estacionamento, não mantinha quiosques no mall ou usava os painéis com
imagens pelo mundo com fins comerciais.
“Esses locais valem ouro! Está errado? Não. É a personalidade do seu
criador que deseja assim”, afirmou o co-presidente da Ancar referindo-se
ao fundador do Grupo Riachuelo, Nevaldo Rocha. E completou: “Doutor
Nevaldo é uma grande cabeça do varejo e o único problema do Midway é que
ele não é nosso!”
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