A Vara do Juizado da Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher
na Comarca de Natal é um instrumento judicial que tem resolvido centenas
de casos de agressão contra a parcela feminina da sociedade, na área
familiar, de convivência, relacionamentos e de parentesco. De 2011 para
cá, foram proferidas 1.063 sentenças a respeito de casos envolvendo
lesão corporal de vários graus, ameaças, injúria e difamação entre
casais e outros tipos de relação entre homens e mulheres. “Próximo de
cada final de semana, temos de analisar muitos pedidos de medidas
protetivas”, observa a juíza Maria do Socorro Pinto de Oliveira, titular
daquela vara.
A unidade tem realizado o julgamento de 80 processos por mês. A
magistrada lembra que a divulgação com ampla penetração na mídia a
respeito da Lei Maria da Penha (11.340/06) aumentou o número de casos,
fruto de uma consciência cada vez maior das mulheres quanto ao resguardo
da integridade física. Há vítimas da violência contra as mulheres em
todas as classes sociais e as de menor instrução também mencionam esta
lei para defender seus direitos. Parte delas recebe orientação naquela
circunscrição judiciária mas o caminho recomendado é procurar a
Defensoria Pública ou o Ministério Público, estaduais.
Situada em Lagoa Nova, de frente para o Fórum Miguel Seabra Fagundes,
a Vara do Juizado da Violência Doméstica atende a toda cidade do Natal.
A quantidade de audiências poderia ser maior mas há situações em que as
testemunhas não são localizadas ou as vítimas de agressões desistem da
denúncia. Há dias em que são realizadas 15 audiências. Em outros casos,
são tomadas decisões de caráter próvisório como separação de corpos, dia
de visita, prestação de alimentos, que posteriormente são tratadas
pelas varas de família. Questões civis podem evoluir para consequências
penais como a decretação de prisão do agressor, se for necessária.
“Natal só dispõe de uma casa abrigo para as mulheres em situações
deste tipo, o que é insuficiente para atendimento a situações de risco”,
reforça a juíza. Ela recorda que em momentos extremos chegou a levar
duas mulheres à noite para sua residência, tal era a gravidade
das ameaças vivenciadas por elas. De janeiro de 2011 até meados de
setembro de 2013, a vara promoveu 752 audiências e ocorreu a tramitação
de 2.410 inquéritos.
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