Após apresentar a renúncia de José Genoino (PT-SP) ao mandato na
Câmara dos Deputados, o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR),
disse que Genoino não merece colocar “cassado” em seu currículo.
“[São] 25 anos na vida pública, o Genoino não merece colocar em seu
currículo ‘cassado’. Já foi preso, foi condenado por atos que ele
cometeu fora do parlamento, não tem seus direitos políticos, e pede
aposentadoria.”
Vargas afirmou ainda estar “decepcionado” e “magoado” com o
presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que pretendia
levar adiante o processo de cassação, mas descartou qualquer tipo de
retaliação.
“Não haverá retaliação. O PT é muito responsável, governa o país.
Governa ao lado do PMDB, mas, pessoalmente, me sinto absolutamente
decepcionado com o presidente Henrique Eduardo Alves”, afirmou depois da
reunião da Mesa Diretora que se reuniu sobre a abertura do processo de
cassação do deputado licenciado José Genoino (PT-SP).
“O presidente Henrique Eduardo Alves poderia, de ofício, ter
decretado o efeito suspensivo, diante desta situação totalmente
diferenciada, em que ele [Genoino] não pode se defender. Ele [Alves]
militou por esta causa [da cassação]“, afirmou o petista.
Entre os integrantes da Mesa Diretora, votaram a favor da abertura
Henrique Alves, Fábio Faria (PSD-RN), Simão Sessim (PP-RJ) e Márcio
Bittar (PSDB-AC). André Vargas foi seguido apenas pelo deputado Biffi
(MS), também do PT.
Vargas acrescentou que a “história irá julgar” se a renúncia foi uma
saída honrosa para Genoino, mas classificou o processo como um
“julgamento absolutamente político”, “abusivo” e “midiático”. “Esse
julgamento ficará para a história e será avaliado ao longo da história.
Então, a eventual saída honrosa ficará para a história julgar, não
devemos julgar agora no calor do momento.”
Vargas questionou o tratamento diverso dado ao ex-deputado Roberto
Jefferson, delator do mensalão, que aguarda a Justiça expedir sua ordem
de prisão. Amanhã, Jefferson passará por uma perícia médica para ser
decidido se irá cumprir pena em regime domiciliar por conta da sua saúde
frágil. Genoino, porém, só foi avaliado por uma junta médica depois de
ter sido preso.
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