O ministro da Previdência, Garibaldi Filho (PMDB), disse hoje que,
aliar-se com o DEM, após o rompimento do PMDB com a governadora Rosalba
Ciarlini (DEM), seria uma “incoerência total”. O ex-governador destacou
que o diálogo político com o presidente nacional e estadual do DEM,
senador José Agripino Maia, continua bom. Entretanto, não há porque
cogitar de coligação entre PMDB e DEM para as eleições de 2014. “Eu acho
que as coisas devem ser ditas com muita clareza. O nosso relacionamento
com o senador José Agripino, o nosso diálogo político com ele, é muito
bom. Eu diria muito saudável. Agora, o DEM, permanecendo no seu apoio ao
governo, o governo Rosalba, não há porque se cogitar de uma coligação
com o PMDB. Seria de uma incoerência total”, disse o ministro.
Pelas palavras do ministro, o PMDB poderá até se aliar com o DEM,
desde que este também rompa com o governo Rosalba Ciarlini. O que não é
visto como improvável. A relação entre Agripino e Rosalba vem se
desgastando ao longo dos últimos meses. Começou com a negativa de
Rosalba de participar do programa nacional do DEM para evitar fazer
críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Em seguida, a
própria Rosalba admitiu votar em Dilma, se a presidente “fosse o melhor”
para o Brasil numa eventual disputa pela reeleição. Agripino também tem
conversado com deputados do DEM, que, por sua vez, demonstram
preocupação com o futuro do partido no Estado. Atualmente, a legenda tem
dois deputados federais, Betinho Rosado e Felipe Maia, e três deputados
estaduais, Leonardo Nogueira, José Adécio e Getúlio Rego. A
possibilidade de ficar sem um parceiro do porte do PMDB na eleição
proporcional do ano que vem preocupa o senador, pela dificuldade que o
DEM terá para reeleger seus deputados. O temor maior do senador é que o
DEM perca espaços no RN, o que seria frustrante para ele, que preside a
legenda em nível nacional.
O ministro afirmou ainda que, desta vez, não haverá divisão dentro do
PMDB. Na eleição passada para o governo, Garibaldi apoiou a eleição de
Rosalba Ciarlini (DEM). Já outra importante ala da legenda, liderada
pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, hoje presidente da
Câmara dos Deputados, apoiou Iberê Ferreira de Souza (PSB). “Não
acredito. O partido não está dividido. Uma coisa é divisão. Outra coisa é
dissidência. Pode até haver uma pequena dissidência, mas até agora não
conheço”, declarou. Quanto a ficar separado de Henrique, Garibaldi foi
mais enfático: “Nenhuma possibilidade, zero de possibilidade de haver.
Nós vamos marchar unidos”, frisou.
RATIFICAÇÃO
Garibaldi confirma para a próxima segunda-feira a reunião com
prefeitos, vice-prefeitos, vereadores de demais lideranças do PMDB. De
acordo com o ministro, a expectativa para esta reunião será quanto à
ratificação do rompimento do partido com o governo Rosalba, conforme
anunciado no último dia 30 de julho pela executiva estadual
peemedebista. “Ouvindo-se agora um colegiado maior do partido, em termos
numéricos, nós teremos, creio eu, a ratificação do que foi decidido
pela comissão executiva com relação ao rompimento com o governo do
Estado. Afinal, são eles, os prefeitos, os vice-prefeitos, e os
vereadores, que estão em permanente contato com a população”, declarou o
ministro.
Ressaltando o novo momento político do País, em que as manifestações
das ruas ganham cada vez mais relevo, Garibaldi disse não ter dúvidas de
que haverá uma decisão unificada do PMDB. “É verdade que hoje nós
temos, além da manifestação desses colegiados, a própria manifestação
das ruas com relação às reivindicações da sociedade. Eu não tenho
dúvidas de que teremos uma decisão ratificada, que vai demonstrar que o
nosso partido está unido e coeso na decisão de deixar claro a sua
frustração com relação ao governo estadual. Porque nada foi feito do que
foi prometido até agora, sobretudo, com relação às Prefeituras do PMDB,
em número de 54 prefeitos”, lembrou.
“Fafá não pode ter outra atitude a não ser concordar com o rompimento com Rosalba”
O ministro da Previdência, ex-governador Garibaldi Filho, disse que a
ex-prefeita de Mossoró Fafá Rosado chega ao PMDB numa hora de
rompimento do partido com o governo Rosalba Ciarlini (DEM) e que terá
que concordar com essa nova postura do PMDB. Ele disse não ser possível
que Fafá faça o que disse o deputado estadual Leonardo Nogueira (DEM),
isto é, que Fafá vai ser filiar ao DEM, mas permanecerá aliada de
Rosalba.
“Isso não é possível, porque como é que ela vem para o partido, para
ter uma atitude de dissidência? Se ela está chegando agora, eu acho que
está chegando agora numa hora de rompimento e não pode ter outra atitude
que não concordar com esse rompimento com Rosalba, creio eu. E pedirei
isso a ela””, disse o ministro.
Segundo Garibaldi, o PMDB precisa manter a coerência e ter um
discurso unificado. “Estou com o que disse o deputado Walter. Nós temos
que ter um discurso unificado, coerente, e vamos pedir isso a nossa
ex-prefeita Fafá Rosado, e ela vai dar uma grande contribuição de que
isso é fundamental para o partido”, frisou o ministro.
Nesta terça, o líder do PMDB na Assembleia Legislativa, deputado
Walter Alves, disse que o rompimento do PMDB com o governo Rosalba e com
o DEM, partido presidido nacionalmente pelo senador José Agripino Maia,
foi total, não comportando figurarem as duas legendas no mesmo palanque
nas eleições de 2014.
“Não quero falar pelo partido, porque quem fala em nome do PMDB é o
senador Garibaldi e o deputado Henrique. Mas minha opinião é de que o
PMDB deverá ficar em palanque oposto ao de Rosalba. A gente quer
construir um novo projeto de governo, que infelizmente o governo dela
não conseguiu realizar. E estamos vendo novos projetos, inclusive
através da Fundação Ulisses Guimarães”, disse Walter.
Walter também afirmou que ex-prefeito de Mossoró, Fafá Rosado, chega
ao PMDB sabendo que o PMDB é um partido de oposição em nível estadual. A
mesma posição foi expressa pelo deputado estadual Nélter Queiroz
(PMDB). Ele afirmou que não existe qualquer possibilidade de o PMDB de
Henrique Eduardo e Garibaldi Filho se aliar ao DEM de Rosalba Ciarlini e
José Agripino para as eleições de 2014. “Não tem dúvida: Não há como
separar uma coisa da outra. Na eleição estadual não há como. Não existe
nenhuma possibilidade, zero, de o PMDB romper com o governo Rosalba e
permanecer aliado ao DEM. O rompimento é com o DEM e com o governo
Rosalba Ciarlini”, asseverou.
Ao abordar as declarações recentes do deputado estadual Leonardo
Nogueira, que confirmou a ida da ex-prefeita de Mossoró, Fafá Rosado,
para o PMDB, o deputado estadual Nélter Queiroz deixou claro que a líder
mossoroense desembarcará num partido de oposição ao governo estadual e
ao DEM do senador José Agripino Maia. Portanto, fará parte de uma
legenda obrigatoriamente de oposição ao governo estadual.
“Eu acho essa posição de Mossoró com Fafá e o deputado Leonardo
Nogueira um pouco complexa porque ele tem me dito que está fora do
governo, apesar de fazer parte do DEM. E aí só ele pode dizer alguma
coisa”, afirmou Nélter, que completou em seguida: “Claro que Fafá vai
ter que chegar ao PMDB que é da oposição. Não há dois pesos e duas
medidas. Quem estiver escorado no DEM em 2014 poderá ir para o fundo do
poço. Poderá ter uma derrota muito forte”, afirmou.
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