Um assessor da Casa Branca disse que o presidente americano, Barack
Obama, deverá explicar pessoalmente à presidente Dilma Rousseff 'a
natureza dos esforços de inteligência' dos EUA, após denúncias de que
conversas da brasileira teriam sido espionadas pela NSA (agência
nacional de segurança).
No último fim de semana, uma reportagem da
TV Globo denunciou a existência de documentos secretos, vazados pelo
ex-técnico da CIA Edward Snowden, que mostram que a NSA teria monitorado
conversas entre Dilma e seus principais assessores.
Agora, Obama
deverá aproveitar a cúpula do G20, na Rússia, a partir desta
quinta-feira, para encontrar-se com Dilma e para 'que os brasileiros
tenham um melhor entendimento sobre o que fazemos e o que não fazemos,
para entender melhor suas preocupações', disse Ben Rhodes, vice-assessor
de segurança para comunicações estratégicas da Presidência americana.
Rhodes disse também que 'a relação com o Brasil é muito importante (para os EUA), não apenas nas Américas, mas no mundo'.
'Entendemos
o quanto isso (a questão de espionagem) é importante para os
brasileiros. O que estamos fazendo neste caso, como fizemos desde que as
revelações sobre a NSA vieram à tona, é olhar amplamente às alegações e
aos fatos', agregou o assessor.
'Coletamos dados de inteligência
sobre praticamente todos os países do mundo. Se há preocupações que
possamos esclarecer, faremos isso.'
Mal-estar
As revelações
de espionagem causaram mal-estar relação bilateral e colocaram em dúvida
a visita de Estado que Dilma deve fazer aos EUA em outubro.
Nesta
quinta-feira, o Planalto confirmou que cancelou a ida aos EUA, no
sábado, de uma equipe brasileira que faria os preparativos da viagem
oficial da presidente.
O governo não confirma se a equipe agendará nova data para a viagem.
Na
segunda-feira, o ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto
Figueiredo, classificou o episódio como 'uma inadmissível e inaceitável
violação da soberania brasileira' e pediu 'explicações formais por
escrito' - ainda que adotando cautela quanto a eventuais retaliações
brasileiras.
A assessoria do vice-presidente americano, Joe Biden,
disse que os EUA 'c
ontinuarão a trabalhar com as autoridades
brasileiras' para explicar as denúncias de espionagem e agregou que 'o
convite para a visita de Estado da presidente Rousseff reflete o
interesse dos EUA em aprofundar esse relacionamento vital'.
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