Um dia após a Secretaria Estadual da Saúde Pública (Sesap) anunciar
que conseguiu zerar a fila inicial de espera por cirurgias ortopedia,
através do mutirão, o Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena, em
Parnamirim, apresentava na manhã desta quarta-feira (9), 60 pacientes
internados apenas no setor de ortopedia. A maioria, segundo a direção do
Hospital, a espera de procedimento cirúrgico. Na enfermaria tinha 38
pacientes internados, 18 no corredor e quatro na clínica cirúrgica. A
direção explicou que a superlotação, que começou na última sexta-feira
(4), se deve pelo fato de os hospitais Memorial e Médico Cirúrgico terem
suspendido as cirurgias eletivas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A diretora do Deoclécio Marques de Lucena, Elizabeth Carrasco,
explicou que a maioria dos pacientes é de internação recente, desde o
final de setembro, com cirurgias de alta complexidade, que não são
realizadas pelo Hospital e que dependem da transferência para outras
unidades. “Todos os dias têm as prioridades, idosos e crianças, e entram
na frente, por isso que alguns pacientes ficam mais de um mês
internados a espera de cirurgias”, afirmou. O hospital tem dois
pacientes internados na ortopedia desde o mês de abril.
“Conseguimos transferir uma média de oito pacientes por dia e ainda
realizamos cerca de oito cirurgias eletivas, mas a demanda é grande. Sai
15, mas entra dez. Até a sexta-feira não tínhamos pacientes nos
corredores, pois o Médico Cirúrgico e o Memorial estavam dando conta e
limpando os corredores, mas depois que os hospitais suspenderam o
atendimento ao SUS, estamos superlotados”, afirmou. Na manhã de hoje
havia mais de dez pacientes à espera de transferência, mas não havia
autorização da regulação para liberar os pacientes.
De acordo com a Sesap, mais de 300 pessoas foram atendidas em apenas
dois meses por meio do mutirão de cirurgias ortopédicas, conseguindo
zerar a fila inicial de espera antes do prazo previsto de três meses.
Iniciado em 1º de agosto deste ano, com o objetivo de desafogar as
portas de urgência da rede hospitalar estadual – como os hospitais
Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, Deoclécio Marques, em Parnamirim e o
Regional Tarcísio Maia, em Mossoró – o mutirão recebeu o investimento
por parte do Governo do Estado de R$ 400 mil, oriundos do Orçamento
Geral do Estado e mais R$ 300 mil de recursos federais do Sistema Único
da Saúde (SUS).
A responsável técnica pelo Complexo Estadual de Regulação e
Autorização de Exames da Sesap, Maria da Saudade, explica que a
iniciativa do mutirão surgiu da alta demanda nos hospitais de pacientes
necessitando de cirurgia ortopédica. Como os hospitais tinham outros
tipos de atendimentos para realizar, a Sesap articulou o mutirão, para
acontecer num período de noventa dias, através de prestadores de
serviço, como a Clínica Paulo Gurgel, Hospital Memorial e o Hospital
Médico Cirúrgico.
“Com o trabalho que vem sendo realizado, o mutirão superou a
quantidade esperada de pessoas atendidas. Antes havia uma fila de 279
pacientes para esse tipo de cirurgia. A resposta foi tão expressiva para
a diminuição da quantidade de pessoas nos corredores dos hospitais
estaduais, que a Sesap estuda agora a possibilidade de manter o serviço
por mais 90 dias”, destaca Maria da Saudade.
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