Evangélicos de diferentes denominações terão, em breve, um fundo de
pensão só para eles. A ideia é atrair 170 mil segurados de todas as
faixas salariais, desde que tenham algum vínculo com a religião.
Batizado de BemPrev, o produto deve passar a funcionar no início de
2014.
“Nossa meta é acumular um patrimônio de R$ 10 milhões no primeiro ano
e evoluir para R$ 1,1 bilhão ao longo de seis anos”, explica João
Rodarte, diretor-presidente da Rodarte Nogueira, empresa responsável
pelo desenvolvimento técnico do fundo.
Se a previsão de Rodarte se confirmar, o BemPrev poderá ser o maior
fundo de pensão do País em número de participantes ativos. Atualmente,
segundo dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de
Previdência Complementar (Abrapp) divulgados em junho, o fundo com maior
número de participantes ativos é o Postalis (dos funcionários dos
Correios), com 112.275 pessoas. Em seguida vem a Previ (ligado aos
funcionários do Banco do Brasil), o maior do País em recursos
administrados e o segundo em participantes ativos, com 101.531
associados.
A partir de R$ 50 por mês, qualquer fiel ou pastor ligado à igreja
poderá planejar sua aposentadoria por meio do plano de previdência
complementar fechado, que cobrará taxa de administração de 1% sobre o
patrimônio acumulado, e será isento de custo de carregamento.
“Queremos estender o plano ao trabalhador de baixa renda, e não
apenas os que recebem acima do teto, como ocorre em outros produtos de
previdência fechada”, afirma Rodarte.
A meta de reunir 170 mil participantes soa ousada. Mas o número
corresponde a apenas 0,4% do total de evangélicos no País – que somava
42,3 milhões de pessoas, ou 22,2% da população, segundo o ultimo Censo
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2010. O
IBGE registrou um aumento de 61% no número de evangélicos entre 2000 e
2010.
Criado pela Ordem dos Ministros Evangélicos no Brasil e no Exterior, o
fundo ainda está em fase de captação de parceiros e aguarda autorização
da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc),
vinculada ao Ministério da Previdência, para começar a operar. A
autarquia tem 35 dias para avaliar a documentação apresentada pelos
gestores na última sexta-feira (4). Nesse período, a Previc poderá pedir
informações e modificações a BemPrev e terá outros 35 dias para dar a
palavra final. A previsão é que a aprovação ocorra até janeiro, que a
operação comece em março de 2014 e encerre seu primeiro ano com 12 mil
associados.
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