“Como um clube, nós queremos garantir que encorajamos uma atmosfera
inclusiva para todos nossos torcedores, independentemente da sexualidade
ou identidade de gênero de cada um”.
A frase é do dirigente de um clube com mais de cem anos de fundação,
muito popular, campeão em seu país e com título único no continente. Ela
serve como um lema da política contra o preconceito em seu estádio, nos
jogos e na torcida.
Trata-se do Arsenal, de Londres, que tem até sua torcida uniformizada
“Gay Gooners”. E ela participou, em julho deste ano, de um desfile LGBT
(A Parada do Orgulho de Londres) que celebra as conquistas dos
homossexuais na história da Inglaterra.
Devidamente vestida com camisa
dos “Gunners of London”, com faixa e apoio do clube.
Os “gay gooners” são cerca de 60 torcedores que já têm lugar
garantido nas arquibancadas do estádio Highbury, no norte de Londres.
Contam com o apoio do clube, mas enfrentam a ira e preconceito de outros
fãs do Arsenal e, especialmente, das equipes adversárias. Mas já contam
com proteção e parecem crescer em número e gêneros.
A atitude do Arsenal foi elogiada por dirigentes do Chelsea e do
Tottenham, que pensam em adotar algo semelhante. Mas vão encontrar
resistência entre torcedores que ainda acham: “Futebol é coisa para
homem”.
Nesta semana, o jornalista e apresentador de televisão Felipeh Campos
anunciou a criação da “Gaivotas da Fiel”, uma torcida corintiana
assumidamente gay, disposta a fazer festa nos estádios. Até aqui, a
ideia foi tratada com silêncio por dirigentes do Corinthians e pela
maior torcida uniformizada do clube, a Gaviões da Fiel.
O assunto já foi conversado na organizada. Segundo Érika Paz
Pangelaso, assessor de imprensa da Gaviões, a diretoria não vai se
pronunciar oficialmente sobre a nova torcida. “A Gaviões não tem que se
meter neste assunto. A torcida não se opõe, mas a gente sabe que o
ambiente do futebol é muito preconceituoso”, disse ao Blog do Boleiro.
A diretoria corintiana também faz silêncio. Já foi assim quando o
atacante Émerson publicou uma foto no Instagram com ele dando um selinho
em um chefe de cozinha, de quem é amigo e sócio. A foto foi tirada pela
namorada do jogador e ele deixou claro que estava fazendo uma
provocação contra o preconceito sexual.
A foto irritou corintianos a ponto de dirigentes da Gaviões se
reunirem com o atacante, diante da diretoria, para avisar que certos
temas não são colocados em pauta no futebol. Escaldados, os dirigentes
corintianos vão se manter equidistantes do tema. Resta saber se a ideia
de Felipeh Campos, que ficou conhecido como dublador nos programas do
SBT, vai vingar.
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