Wilma de Faria (PSB) tem autoridade para criticar o Governo do
Estado, afinal, foi governadora do RN por oito anos. E a atual gestora
estadual, Rosalba Ciarlini, do DEM, sabe disso, de tanto ouvir as
reclamações dela. A questão é que por ter sido prefeita em duas
oportunidades e, atualmente, vice-prefeita, Wilma também tem autoridade
para falar da gestão do prefeito Carlos Eduardo Alves, do PDT. E, para
ela, a saúde pública municipal precisa melhorar.
“A saúde do município também não (está bem)”, disse ela em entrevista
ao Jornal das Seis, da 96 FM, na noite desta terça-feira. Segundo a
vice-prefeita de Natal, é preciso fazer mais ações do Município nesse
sentido e, por isso, está acompanhando o trabalho do secretário
municipal de Saúde (SMS), Cipriano Maia.
“Nós estamos trabalhando para estar bem. Precisa estar bem”, afirmou,
acrescentando que está “esperando que se faça mais (pela Saúde).
Estamos monitorando. Conversei diversas vezes com o secretário por
telefone, ele também foi ao meu gabinete, expôs o plano que estava
fazendo, eu fui também lá no gabinete dele, ver direitinho como as
coisas estavam sendo encaminhadas”.
Wilma de Faria também cobrou do prefeito Carlos Eduardo Alves a
presença dele em unidades de saúde para que seja observado o que precisa
melhorar. O gestor, na visão dela, tem que estar mais perto do povo.
“Acho que a gente precisa correr mais rapidamente, para que as unidades
de saúde atendam a população, que é o serviço básico, essencial, que
preciso se atender a população. É fundamental que o prefeito se preocupe
com isso, que vá as unidades de saúde, que veja o que está sendo feito e
o que pode ser mudado”, analisou.
É claro que Wilma também amenizou a situação da atual gestão. Segundo
ela, “a gente ia dar mais tempo a saúde, porque era uma situação mais
complicada. E não se prometeu o céu e a terra também. A gente tem que
trabalhar também a necessidade de uma integração de esforços”.
Na entrevista ao Jornal das Seis, apresentado pelos jornalistas Enio
Sinedino, Túlio Lemos e Marcos Aurélio de Sá, a ex-governadora também
comentou outros pontos da atual gestão municipal. Analisou, por exemplo,
a questão do passe livre, vetado pelo prefeito Carlos Eduardo na
segunda-feira – o veto foi confirmado pelos vereadores na tarde de
ontem, na Câmara Municipal.
“Claro que sou favorável a uma situação de transporte coletivo de
qualidade e o governo subsidiar o transporte para que ele tenha essa
qualidade. Agora, não podemos fazer justiça. A gente tem que noticiar
aquele que mais precisa ser apoiada. Aquele que está na escola pública,
aquele que tem mais dificuldade”
“Claro que sou favorável a uma situação de transporte coletivo de
qualidade e o governo subsidiar o transporte para que ele tenha essa
qualidade. Agora, não podemos fazer justiça. A gente tem que noticiar
aquele que mais precisa ser apoiada. Aquele que está na escola pública,
aquele que tem mais dificuldade”, afirmou.
PSB de Wilma e PDT de Carlos Eduardo devem fechar aliança para 2014 na próxima semana
Apesar das cobranças administrativas a saúde pública municipal, Wilma
de Faria revelou que a relação com o prefeito Carlos Eduardo Alves
segue muito bem. Tanto que na próxima semana os dois devem se reunir
para discutir política e as eleições de 2014. A vice-prefeita não
confirmou, mas é bem provável que eles fechem a aliança entre PSB e PDT
para o próximo ano.
Até porque no início do mês, durante a convenção de filiação do PSB,
Carlos Eduardo, presidente estadual do PDT, afirmou que queria ver a
oposição estadual ao governo Rosalba Ciarlini andar junta e a dupla PDT e
PSB deveria, sim, estar unidade. Além disso, quando abriu mão de
disputar a Prefeitura de Natal em 2012, para não concorrer com o próprio
Carlos Eduardo e sim apoiá-lo, Wilma teria conseguido a promessa do
agora prefeito de que ele iria apoiar uma candidatura dela em 2014.
O problema é que Wilma de Faria ainda não decidiu ao que vai se
candidata no próximo ano. Na entrevista desta terça-feira ao Jornal das
Seis, a vice-prefeita afirmou que o plano do PSB era ela lançar
candidata a Câmara Federal, contudo, a cobrança do “povo” (pelo menos,
daqueles que chegam até ela e se manifestam) é que ela dispute a eleição
majoritária.
“O povo está tratando um caminho diferente. A pressão que existe hoje
é no sentido de uma eleição majoritária, muito mais para o Governo do
Estado. Está é que tenho ouvido da população norte-rio-grandense e tenho
dito que não, que já cumpri minha missão. Mas a população diz ‘não,
vamos continuar, porque a coisa está feia e precisa mudar’. Isso, na
verdade, me deixa feliz, porque afinal de contas está se comparando, se
analisando o trabalho que nos fizemos ao longo da gestão”, afirmou
Wilma.
A vice-prefeita de Natal afirmou, também, que o presidente nacional
do PSB, o governador de Pernambuco Eduardo Campos, em visita a Mossoró
na semana passada, não cobrou qualquer candidata do partido em nível
local. Tampouco, uma postura de afastamento ou união de pessebistas com o
PT, partido que Campos rompeu em nível federal para se tornar
pré-candidato a Presidência da República em 2014.
“Ele deixou muito claro que não iria verticalizar as decisões. Cada
estado deveria cuidar das suas alianças, quais seriam os partidos que
fariam as suas alianças. E portanto, naturalmente, levando em conta a
questão programática”, afirmou Wilma de Faria, lamentando, então, o fato
do PT aqui em Natal ter dito que não aceitaria se aliar com partidos
que fazem oposição ao Governo Federal. “Essa é uma posição deles. A
nossa não é assim”, comentou. (CM)
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