Depois de 12 horas sem nenhum cirurgião geral para atender as
demandas de urgência e emergência no Hospital Regional Deoclécio Marques
de Lucena, em Parnamirim – fato que aconteceu durante esta terça-feira
(15) -, a Secretaria Estadual de Saúde Pública, de forma emergencial,
contratou serviços da Cooperativa Médica para garantir o cumprimento da
escala de plantão dos médicos cirurgiões até o final do mês.
Iniciado
desde às 19h desta terça-feira até o dia 31, o contrato vai garantir a
continuidade do atendimento de cirurgias que, a partir de hoje, estaria
ameaçada devido à equipe de médicos do próprio hospital ter atingido o
limite de plantões. Além disso, o atendimento pediátrico da unidade
também está comprometido, pois a escala médica só garante o
funcionamento do serviço infantil até o próximo dia 23.
Os termos contratuais firmados com a Cooperativa Médica garantem a
permanência de cirurgiões em 80 plantões de 12h pelo valor individual de
R$ 1.940, totalizando R$ 160 mil. Atualmente, o atendimento normal na
porta de entrada conta com três médicos cirurgiões, além de dois
pediatras, dois clínicos gerais e quatro ortopedistas. A diretora
administrativa do hospital, Adriana Pontes, confirmou que ontem, durante
o dia, a unidade ficou sem médico cirurgião geral e explicou que a
contratação da Cooperativa Médica foi necessária porque os médicos do
hospital ficaram sobrecarregados, devido ao pedido de exoneração de
quatro cirurgiões, após a implantação do ponto eletrônico. O contrato
emergencial tem validade de três meses.
Em relação ao atendimento pediátrico, Adriana Pontes afirmou que a
Secretaria também estuda a possibilidade de assinar um novo contrato com
a Cooperativa Médica para contratar pediatras e garantir o cumprimento
da escala até o fim do mês. A escala dos clínicos está garantida até o
fim do mês. “O nosso grande problema eram as cirurgias, mas conseguimos
fechar a tempo com a Cooperativa e agora vamos trabalhar para não
suspender o atendimento infantil”, afirmou. Ontem, apenas as cirurgias
eletivas foram realizadas, num total de sete.
A diretora lembrou ainda que o Hospital Regional Deoclécio Marques de
Lucena, de nível e complexidade terciário, vem tendo seu perfil de
atuação prejudicado sendo, muitas vezes, utilizado como um ambulatório,
responsabilidade esta que recai sobre os municípios que, por
insuficiência na prestação dos seus serviços, encaminham pacientes de
forma indevida à Unidade.
Desde o dia 21 de setembro, o Governo do Estado publicou no Diário
Oficial do Estado (DOE), a nomeação de quatro médicos cirurgiões que,
após efetivados, serão direcionados para complementação das escalas do
Deoclécio Marques.
Na manhã de hoje (16), 120 pacientes estavam internados nas
dependências do Hospital Deoclécio Marques de Lucena. No setor de
ortopedia, 70 pacientes aguardavam atendimentos, sendo 36 ocupando todos
os leitos de enfermaria, seis na clínica cirurgia e 28 pacientes nos
corredores. Em clínica médica eram 50 pacientes distribuídos nas
observações, enfermarias e corredores.
Adriana Pontes disse que, por dia, surgem poucas vagas para
transferir os pacientes tanto para o Hospital Memorial, quanto para o
Hospital Médico Cirúrgico. Enquanto isso, diariamente o Hospital
Deoclécio Marques admite uma média de oito a dez novos pacientes de
ortopedia. “A demanda de ortopedia é alta, que não é só responsabilidade
nossa, é do município também. Parnamirim e os municípios vizinhos têm
indicadores muito alto de acidentes, principalmente de moto e toda a
demanda recai sobre o Deoclécio Marques”, afirmou.
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