Enquanto uns comerciantes decidiram fechar as portas, outros estão
buscando meios alternativos de manter a sua clientela. Esse é o problema
que vem sendo enfrentado pelos lojistas que estão instalados na Avenida
Prudente de Morais, próximos às obras do Arena das Dunas e de
mobilidade urbana. As interdições na região impedem um maior fluxo de
pessoas e, por isso, empresários sentem a queda no faturamento.
Hoje, enquanto a reportagem passou pelo local, foi possível observar
três lojas fechadas e duas com anúncios de aluguel. As que permaneceram
em funcionamento normal projetam diminuição de aproximadamente 30% nos
lucros. Estabelecimentos como aluguel de roupas e de artigos femininos
registraram diminuição da frequência entre 20% a 40%.
Wellington Costa, gerente de uma loja que trabalha com compras e
vendas de cabelo, contou que está em mudança. “Ainda não saí daqui
porque estou esperando terminar a reforma do outro espaço locado. Aqui,
certamente, não dá para continuar”, disse. Segundo ele, além do trânsito
estar um caos na região, impedindo o fluxo de carros e pessoas, a
visibilidade da loja diante equipamentos de obras também foi
prejudicada.
“Sem movimentação, a loja não é vista. E é obvio que nós precisamos
de novos clientes. Se os que já frequentavam nossa loja não estão vindo
mais, imagina quem ainda não nos conhece”, avaliou. “Já que ninguém faz
nada por nós, temos que buscar alternativas. A minha é sair daqui. Até a
primeira quinzena de janeiro estarei em outro endereço”, disse.
Apesar de concordar com os prejuízos citados, a comerciante Celita
Dantas, que revende artigos esportivos há mais de três anos no mesmo
local, informou que o problema em si não é causado pelas interdições de
obras.
“O problema está nas autoridades que vão para a mídia e pedem que as
pessoas evitem esses trechos. Sinceramente, ainda não vi problemas de
acesso aqui. A frequencia diminuiu sim, pois as pessoas ficam receosas.
Mas se eu consigo chegar até aqui, todo mundo consegue. Tem saída por
outras ruas”, contou
As obras de mobilidade no entorno do Arena, até o momento, não
chegaram a interditar grandes trechos. Mas a tendência é que nos
próximos meses as duas vias da Prudente de Morais sejam interditadas,
prejudicando mais ainda os pequenos lojistas.
“Eu sou contra a construção desse estádio porque sei que a população
de Natal não precisa dele. As pessoas estão morrendo sem ter direito à
saúde; estão andando nas ruas sem qualidade no transporte; e estão
jogando lixo nas ruas por falta de educação. Porém, mesmo sem concordar
com isso tudo, vou precisar me adaptar a ele”, disse Celita.
“O problema do brasileiro é só enxergar os problemas. Gosto de
praticidade. Quando minha loja estiver sem nenhum tipo de acesso, darei
meu jeito para continuar vendendo, seja indo na casa dos clientes ou
vendendo pela internet, por exemplo. Para tudo se tem um jeito e daqui
eu não sairei”, afirmou.
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