O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) não foi quem,
oficialmente, assinou a denúncia, contudo, é agora quem se manifesta
pelo parecer contrário da Comissão de Constituição e Justiça da
Assembleia Legislativa sobre a matéria, que poderia causar a abertura de
um processo de impeachment da governadora Rosalba Ciarlini. Segundo o
Sindsaúde, por meio de nota enviada a imprensa, os deputados tem um
futuro do Estado nas mãos e não podem cometer os mesmos erros dos
vereadores em 2012, quando não votaram o impeachment da prefeita Micarla
de Sousa e, pouco depois, ele acabou sendo afastada pela Justiça.
“Os deputados estaduais têm responsabilidade sobre o futuro do nosso
estado. O pedido, mesmo com parecer contrário, irá ao Plenário da
Assembleia. Vossas excelências terão nova oportunidade de refletir as
vozes das ruas e não repetir o papel que cumpriu a Câmara dos Vereadores
de Natal, que permitiu que a prefeita Micarla de Souza seguisse seu
mandato até quase o final, cujos efeitos sobre a capital potiguar todos
conhecemos”, afirmou o Sindicato.
É importante lembrar que a coordenadora-geral do Sindsaúde é,
justamente, Simone Dutra, uma das pessoas que assinaram a denúncia
encaminhada para a Assembleia Legislativa. Além dela, políticos como os
vereadores de Natal Amanda Gurgel (PSTU), Sandro Pimentel (PSOL) e Dário
Barbosa (PSTU) assinaram a matéria, que se basearia no caos provocado
na saúde pela atual gestão estadual. A Comissão de Constituição e
Justiça (CCJ), nesta terça-feira, porém, aprovou, por três votos a um,
parecer contrário ao pedido de impeachment da governadora Rosalba
Ciarlini (DEM).
“O Sindsaúde lamenta a decisão dos deputados membros da comissão. A
ausência de denúncias de improbidade administrativa não é justificativa
para a recusa de abertura do processo de impeachment. Os protestos de
rua que sacudiram o país em junho não foram apenas contra a corrupção,
mas principalmente contra o descaso dos governantes com os serviços
públicos”, acrescentou a nota.
“O pedido que apresentamos documenta e prova o caos completo que
existe na saúde, na educação e segurança de nosso estado. Depois de
quase três anos, as pessoas continuam morrendo nos corredores dos
hospitais, o ano letivo termina sem professores, as delegacias caindo
aos pedaços. A governadora não tem responsabilidade sobre isso? Quem é
responsável pelo fechamento das pediatrias do Deoclécio Marques e do
Santa Catarina?”, questionou o Sindsaúde.
“A responsabilidade de um gestor vai muito além de não roubar. As
opções que faz determinam a sorte de milhares de pessoas, até mesmo se
vão viver ou morrer. As escolhas que a governadora Rosalba fez ao longo
de sua gestão e a sua incapacidade administrativa foram responsáveis
pelo caos que afeta a nossa população”, decretou o Sindsaúde, como forma
de reforçar o pedido.
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