Depois de mais de dez dias com o atendimento comprometido por falta
de profissionais no segundo maior hospital do Estado, o Pronto Socorro
do Hospital Regional Deoclécio Marques de Lucena, em Parnamirim, retomou
os atendimentos, nesta terça-feira (1º), em cirurgia geral, clinica
médica e pediatria. Os serviços estavam suspensos desde o final do mês
de setembro devido a dificuldades enfrentadas para o fechamento das
escalas em função do déficit de profissionais nestas especialidades.
Hoje, o atendimento está sendo realizado por dois clínicos, dois
pediatras, três cirurgiões, dois anestesiologistas e três ortopedistas.
No entanto, a escala médica ainda não está garantida até o final de
outubro.
Caso o Governo do Estado não tome nenhuma providência, depois
do dia 20 de outubro, o atendimento será suspenso novamente.
Na manhã de hoje (1º) havia 120 pacientes internados no Hospital
Regional Deoclécio Marques de Lucena. Quatro na reanimação, que tem
capacidade para até seis pacientes, sete na UTI, que tem capacidade para
dez, 34 pacientes na enfermaria de clínica ortopédica (com apenas dois
leitos disponíveis), 15 pacientes na clínica cirúrgica, 12 na clínica
médica, 21 nas observações de clinica médica, além dos corredores com 17
pacientes de clínica médica e sete de ortopedia. Os pacientes de
ortopedia que estavam no corredor serão transferidos ainda hoje para o
Hospital Médico Cirúrgico para realizar as cirurgias eletivas.
A situação no Hospital Deoclécio Marques ficou complicada depois que
sete médicos pediram exoneração e após implementação de medidas
administrativas pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap), como o
ponto eletrônico. De acordo com a Sesap, a implantação do ponto
eletrônico é a garantia do cumprimento efetivo dos plantões. Diante da
falta de profissionais, a Sesap convocou, no último dia 21, quatro
cirurgiões para atuarem na unidade. Os profissionais têm o prazo de até
30 dias, estabelecido por Lei, para se apresentarem à Coordenação de
Recursos Humanos da Sesap. Desses profissionais dois estavam lotados no
Hospital Regional de Angicos e um no Hospital Regional de Canguaretama.
A Secretaria também abriu um processo em caráter emergencial para
contratação de cirurgiões por meio de cooperativa médica, que se
encontra em tramitação para cumprimento de prazos administrativos. Para
suprir o déficit de profissionais nas especialidades de clínica médica e
pediatria, a Sesap irá buscar fortalecer parcerias com a Prefeitura
Municipal de Parnamirim.
A diretora do Hospital, Elizabeth Carrasco, disse que as cirurgias
foram suspensas desde o dia 27, a clínica médica desde o dia 23 e a
pediatria, no dia 25 de setembro. Na área de clínica médica e pediatria
não houve pedido de exoneração, o que há, segundo Carrasco, é um déficit
de profissionais. De clínica médica há a necessidade de 120 plantões,
mas a unidade conta apenas com sete médicos, e cada um pode cumprir 12
plantões por mês. Com isso, há um déficit de 80 plantões. A Prefeitura
de Parnamirim completa com até 60 plantões, mas o déficit continua. Na
pediatria são oito profissionais lotados no Hospital, mas a necessidade
seria de mais oito pediatras. Na área de cirurgia geral são necessários
três para a porta de entrada e mais três para evolução, diariamente.
Através da Cooperativa serão contratados mais 80 plantões, mas Elizabeth
Carrasco avisa que não será suficiente caso ocorra alguma
intercorrência.
“Hoje, o serviço está fluindo normalmente, pois os funcionários que
já fazem parte do quadro voltaram a cumprir a carga horária, mas
provavelmente até o final do mês as mesmas categorias vão permanecer com
o déficit de profissionais, se não for feita outra medida de
complementação de profissionais. A Prefeitura de Parnamirim tem
completado a escala de clínica médica, por exemplo, mas o que ocorre é
que não há profissionais disponíveis para cumprir a escala”, destacou
Elizabeth Carrasco.
O Hospital Deoclécio Marques de Lucena realiza cerca de seis mil
atendimentos por mês. Durante o período em que houve o fechamento dos
serviços no hospital, houve uma redução de até um terço no número de
cirurgias realizadas. Na clínica médica, são realizados cerca de 200
atendimentos por dia.
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