Neste primeiro dia de outubro, o Sindicato dos Servidores de Saúde do
RN (Sindsaúde) realizou uma paralisação das unidades de saúde, como
também, pela manhã, uma passeata saiu da sede da entidade, no início da
avenida Rio Branco, até a Prefeitura do Natal, onde esperavam ser
recebidos pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves.
Durante a caminhada que fechou as principais vias do centro da
cidade, os profissionais da saúde informavam a população sobre a pauta
de reivindicações, como também a resposta do poder público para as
solicitações da categoria. Os panfletos distribuídos apontavam os
principais problemas enfrentados pela saúde pública municipal.
A pauta que já havia sido entregue foi respondida para o sindicato
com as resoluções do governo municipal. Entretanto ela não foi bem
aceita pela categoria, que rejeitou todos os pontos alegando a falta de
avanços. “O que o prefeito colocou no papel, foi pior do que a conversa
que tivemos com ele”, disse a diretora do Sindsaúde, Célia Dantas. A
conversa que a sindicalista se refere foi uma aconteceu no dia 16 de
setembro, na qual o prefeito e a Secretaria ouviram a categoria, porém
sem apresentar um avanço nas negociações alegando “não ter condições”.
No documento, o reajuste salarial de 27,08% que era pedido pelos
profissionais, foi negado. A Prefeitura disse que se comprometeria a
apresentar uma proposta de correção, a qual contemple os anos de 2013 e
2014, mas baseada nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e da
disponibilidade de recursos em caixa para promover o aumento.
Entretanto, a entidade aponta a ausência de um aumento salarial há três
anos.
Já quanto aos benefícios, como licença prêmio, aposentadoria
integral, adicional de segurança do trabalho, foram todos negados, de
acordo com o sindicato. O pagamento deveria ser analisado por uma
comissão que avaliaria as condições dos cofres públicos de honrarem com
este compromisso.
Sobre as solicitações referentes às condições de trabalho, nenhum
passo foi dado, e o documento entregue pela Prefeitura não abrangeu este
ponto. Durante o mês de setembro, todas as quintas-feiras, o Sindsaúde
promovia um ato na frente de unidades que apresentavam diversos
problemas. O Jornal de Hoje acompanhou estes atos, e entre as principais
críticas estavam falta de condições para a realização do trabalho,
péssima infraestrutura e a falta de medicamentos.
O auxiliar de enfermagem, Gilmar Maia, trabalha no Centro de Apoio
Psicossocial (Caps) da zona Norte. Ele destaca que o local está em
“condições precárias”. Entretanto, a procura não diminui e com o aumento
de solicitações de atendimento, a situação só agrava. Como um exemplo
do estado da unidade, ele destacou que a recepção está interditada, pois
parte do teto caiu e as rachaduras representam perigo para funcionários
e pacientes. Parte da população concorda com o ato, ressaltando que são
incontáveis as vezes que procurou atendimento e saiu frustrada de
alguma forma. “Se eu for falar os problemas que já tive nas unidades de
saúde, vou passar o dia todo aqui”, destacou Noêmia Rodriguez, 70 anos.
Os profissionais destacam que se o governo não voltar atrás eles
devem realizar assembléia no próximo dia 10, com a votação do indicativo
de greve.
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