O Brasil tem a tarifa de chamadas de celular mais cara do mundo em
termos absolutos. A constatação é da União Internacional de
Telecomunicações, que publicou nesta segunda-feira (7) seu informe anual
sobre o setor. Em termos gerais e contando também com tarifas de
telefonia fixa e internet, o Brasil também não tem um bom desempenho.
Entre 161 países avaliados, ocupa a 93ª posição, superado por Índia,
Colômbia ou Peru.
Em média, um minuto no celular em horário de
pico custaria US$ 0,71 entre chamadas pelo mesmo operador no Brasil. A
taxa sobe para US$ 0,74 por minuto em caso de chamadas entre operadores
diferentes. Para fazer a comparação, a UIT usou a taxa média praticada
em São Paulo.
O custo é três vezes o que um americano paga para
falar ao celular ou em Portugal, de onde vem uma parte importante dos
investidores. Na Espanha, sede da Telefonica, um cidadão paga cinco
vezes menos pelo celular que no Brasil. Em Hong Kong, um minuto no
celular custa US$ 0,01 fora do horário de pico, 70 vezes menos que no
Brasil.
Em comparação ao poder aquisitivo, o Brasil seria o
quarto mais caro do mundo, superado apenas pela Bulgária, Malawi e
Nicarágua.
No que se refere ao custo de banda larga, a situação é
bastante melhor. Apenas 54 países têm taxas mais baratas que o Brasil.
Nas Américas, o Brasil tem a terceira taxa mais baixa da região.
Em
termos de telefonia fixa, o País ocupa a modesta posição de número 112
entre os mais caros. E, entre os celulares, levando em conta a renda e o
PIB per capita, o Brasil é o 117º lugar, sem qualquer redução no preço
entre 2011 e 2012.
Em termos gerais, o Brasil é o 62º colocado no
ranking dos países mais preparados para usar as tecnologias de
informação no mundo, abaixo do Azerbaijão, Croácia, Arábia Saudita,
Chile ou Líbano. O ranking é liderado por Coreia, Suécia e Islândia.
Avanço
Apesar
dos custos, um número cada vez maior de brasileiros tem acesso a
celulares e internet. Segundo a UIT, o Brasil atingiu pela primeira vez a
marca de ter metade da população usando a web e metade com computador
em casa ao final de 2012. Em 2011, essa taxa era de 45%.
No que
se refere aos usuários de banda larga, a taxa ainda é pequena, passando
de 8,6% para 9,2% entre 2011 e 2012, bem distante da média de 27% nos
países ricos.
Os celulares, apesar do custo elevado, já
ultrapassaram o número de brasileiros. Em média, existem 125 celulares
por 100 brasileiros, contra 119 em 2011.
O acesso ao 3G também
vem crescendo de forma expressiva. Em 2012, 37% dos usuários de
celulares tinha acesso à rede. Em 2011, essa taxa era de 21%. A expansão
brasileira segue uma tendência de outros países emergentes, que
dobraram o volume de acesso ao 3G em apenas dois anos. Hoje, metade do
mundo tem acesso à rede.
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