O melão amarelo produzido em Mossoró,
na região Oeste do Rio Grande do Norte, foi contemplado com um selo que
garante identidade e exclusividade à fruta potiguar. A conclusão do
processo durou quatro anos de pesquisas e estudos. A certificação em
questão é de Indicação Geográfica de Procedência, concedido pelo
Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
De acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae-RN), que realizou os estudos junto ao Comitê Executivo
de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex), a Indicação Geográfica é
um certificado que atesta a procedência regional e a qualidade de um
produto, garantindo proteção e diferenciação no mercado. O certificado
garante maior credibilidade do produto junto ao mercado e potencializa o
valor comercial.
Ao delimitar a área de produção e restringir o uso do produto aos
produtores da região (normalmente reunidos em entidades
representativas), a IG ajuda a manter os padrões de qualidade do produto
e impede que outras pessoas utilizem o nome da região em produtos ou
serviços indevidamente. O melão de Mossoró foi contemplado com o
registro de Indicação de Procedência, que é um tipo de IG que se refere
ao nome do local que se tornou conhecido por produzir, extrair ou
fabricar determinado produto ou prestar determinado serviço.
“Essa é uma notícia muito importante para a fruticultura potiguar, pois
o selo de Indicação Geográfica funciona como ferramenta de
desenvolvimento territorial. Com o selo, o melão da região de Mossoró
divulgará a região e as características locais. Isso é muito positivo
para a economia local”, destaca a gerente da Unidade de Desenvolvimento
da Indústria, Lorena Roosevelt.
Na prática, a certificação evita que produtos semelhantes, mas sem os
mesmos padrões do produto potiguar, sejam comercializados como se fossem
produzidos em Mossoró. O selo poderá ser utilizado por produtores
associados ao Coex que cumprem com o regulamento da Indicação Geográfica
instalados nos municípios de Baraúna, Mossoró, Tibau, Grossos, Areia Branca e Serra do Mel. Além de Assu, Ipanguaçu, Upanema, Afonso Bezerra, Alto do Rodrigues, Carnaubais e Porto do Mangue.
No Brasil, são 14 os produtos com Indicação Geográfica. Entre eles
estão os doces de Pelotas, os vinhos do Vale do Vinhedo, a carne do
Pampa Gaúcho e o café do Cerrado.
Carro chefe da pauta de exportações do Rio Grande do Norte,
com mais de 250 mil toneladas produzidas ao ano, mais de 60% do melão
amarelo mossoroense é exportado para o mercado europeu. O Sebrae destaca
que a notícia da conquista do selo de Indicação Geográfica gera
expectativas promissoras em relação à abertura de novos mercados, como o
da América do Norte, mais precisamente os Estados Unidos, e o asiático.
“Apesar de termos um produto reconhecido, e direcionarmos ações no
sentido de conquistar mais espaço no mercado norte americano, ainda
enfrentamos dificuldades para ingressar no mercado americano, e a
Indicação Geográfica deverá ajudar na abertura do mercado”, prevê o
diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto. Assim
como no mercado internacional, benefícios também poderão ser obtidos no
mercado interno.
Segundo o superintendente, com estratégias de marketing bem definidas,
uma maior fatia da produção poderá atender ao mercado brasileiro. “O
selo poderá ser bem interessante para aproveitamento nacional. Os
produtores devem trabalhar uma boa estratégia de divulgação e aproveitar
os benefícios que a Indicação geográfica garante”, complementa José
Ferreira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário