Segundo fontes do Palácio do Planalto, a
presidente deve ressaltar em seu discurso que a espionagem é
inadmissível, especialmente contra o Brasil, um país que não professa
nem abriga o terrorismo e que é aliado dos Estados Unidos. Outro aspecto
considerado grave e que deve ser destacado por Dilma é o fato de a NSA
ter bisbilhotado informações da Petrobras, o que poderia trazer danos
aos negócios da estatal no mercado num momento delicado, em que o
governo está colocando em prática um amplo programa de concessões.
A presidente decidiu adiar a visita de
Estado depois de uma conversa com o presidente americano, Barack Obama,
na semana passada. O governo brasileiro avaliou que os Estados Unidos
não assumiram compromisso de apurar, explicar e nem cessar a espionagem
da NSA. Por meio de nota, o Planalto afirmou que “na ausência de
tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o
compromisso de cessar as atividades de interceptação, não estão dadas as
condições para a realização da visita na data acordada”.
Dilma, no entanto, manteve a agenda de
visita a Nova York, onde se realiza a Assembleia Geral da ONU. Pela
tradição, o Brasil é o país que abre os debates, que começam amanhã. Na
viagem a Nova York, a presidente vai aproveitar para ajudar a promover o
programa de concessões brasileiro. Na quarta-feira, ela se juntará ao
ministro da Fazenda, Guido Mantega, num road show com investidores no
Goldman Sachs Conference Center. Segundo técnicos da equipe econômica, a
presidente Dilma Rousseff deve afirmar que o Brasil entrou em uma nova
fase de desenvolvimento, com crescimento sustentado, e destacar que o
programa de concessões, que soma R$ 470 bilhões, é uma boa oportunidade
de negócios quando o resto mundo ainda caminha lentamente para se
recuperar da crise.
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