“Há um menino, há um moleque morando sempre no meu coração. Toda vez
que o adulto balança, ele vem pra me dar a mão”. Começa assim a canção
de Milton Nascimento e Fernando Brant, e é exatamente essa a sensação
que toma conta do corpo e da mente ao adentrar o Museu do Brinquedo
Popular, localizado no campus Cidade Alta do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN).
A iniciativa surgiu há quatro anos, exatamente quando o prédio – já
restaurado – foi entregue à instituição. Um dos idealizadores do museu, o
professor Lerson dos Santos, explica que a ideia para criação do espaço
remonta a um período um pouco anterior, por volta de 2007. “Eu já
coordenava, em parceria com o professor Marcus Vinícius Oliveira, o
Núcleo de Estudos da Ludicidade Infantil (Neclin). Na época, o
Ministério da Cultura (Minc) abriu um edital com o intuito de financiar
pesquisas sobre cultura popular em todo o Brasil, então elaboramos um
projeto que contemplava o registro e mapeamento dos brinquedos e
brincadeiras tradicionais no RN”, explica.
“O projeto final da pesquisa era a elaboração de quatro exposições –
nas cidades de Nova Cruz, Mossoró, Natal e Caicó – além da publicação de
um livro (Brinquedos e brincadeiras populares: Identidade e memória;
Ed. IFRN). Após o cumprimento dessa etapa, tínhamos mais de 300
brinquedos na mão e não sabíamos o que fazer com eles. Chegamos a
iniciar negociações para montar o museu em algumas instituições do
Estado, mas aí o IFRN, onde somos professores, recebeu o prédio em que
hoje funciona o campus Cidade Alta, então o espaço nos foi
disponibilizado”, conta Santos.
No museu, logo de cara é possível sentir a nostalgia dos anos de
criança. A primeira sala abriga carrinhos de rolimã de todos os
tamanhos. A seguir, bolinha de gude, baladeira, curral de osso, futebol
de prego, carrapateira, cama-de-gato, roladeira, corrupio, uma
verdadeira e invejável coleção de brinquedos populares. “Aqui cabe uma
explicação”, aponta o organizador. “Existe uma diferença básica entre
brinquedo popular e artesanal. Enquanto o brinquedo artesanal é
construído com fins comerciais e recebe todo um acabamento estético,
pintura e tudo mais, o artigo popular geralmente é feito pela própria
criança ou pelo pai, ou seja, tem fins puramente lúdicos”, detalha. O
foco do museu, aliás, é voltado aos brinquedos e brincadeiras populares.
A visitação ao Museu do Brinquedo Popular é gratuita e ocorre de
segunda à sexta, das 7h30 às 21h. Aos sábados, o horário é das 7h30 às
16h. Caso um grupo a visita envolva um grupo com mais de 15 pessoas é
necessário fazer o agendamento através do telefone 4005-0967.
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