Os policiais civis do Rio Grande do Norte vão contestar a decisão
judicial que, além de determinar o retorno de 70% dos profissionais ao
trabalho, também proibiu a aproximação dos grevistas do Centro
Administrativo. Para o Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da
Segurança Pública do RN (Sinpol), a decisão é absurda.
A
decisão que autoriza o corte de ponto e determina o retorno de 70% dos
servidores ao trabalho foi proferida no dia 6 de setembro, através do
desembargador Cláudio Santos, do Tribunal de Justiça. Outro
posicionamento que ainda mais tensa a relação entre grevistas e
Executivo foi a decisão que estabelece uma distância de segurança do
prédio da Governadoria para a realização de manifestações e a
determinação de que os policiais civis não levem armas para os
protestos.
“Decisão absurda, sem precedentes
na história do país. Cláudio Santos está criando uma legislação, sem
precedentes na lei de greve”, atacou Djair Oliveira, presidente do
Sinpol.
Oliveira
confirmou que a categoria vai recorrer também desta decisão. "Mas ainda
não fui notificado, pois estou viajando. Depois da notificação, temos
cinco dias para recorrer", disse o sindicalista.
O desembargador Cláudio Santos foi o mesmo que decidiu sobre o
corte dos pontos dos servidores e o retorno da categoria. Para o Sinpol,
o jurista agiu imbuído de uma implicância que tem com o sindicato,
desde a época em que era secretário de Segurança Pública do RN.
“Ele
está agindo como um advogado do Governo Rosalba. Cláudio Santos tem
raiva da polícia, porque o vencemos numa greve, em 2003”, declarou Djair
Oliveira.
O sindicato interpôs o pedido de
reconhecimento de suspeição a Cláudio Santos na manhã do dia 18 de
setembro passado e, já às 14h50 do mesmo dia, a peça chegou às mãos do
desembargador. No caso de não reconhecer a suspeição, a matéria será
submetida ao plenário do TJRN.
Os policiais
entram hoje para o 48º dia de paralisação e garantem que o movimento vai
continuar. “A categoria está indignada. Permanecemos em greve e mais
fortes”, garantiu o presidente do Sinpol.
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