Brasília (AE e ABr) - A empresa espanhola Telefônica, dona da Vivo,
divulgou ontem, na Europa, um fato relevante em que anuncia aumento de
sua participação na Telco, controladora da Telecom Italia - proprietária
da TIM no Brasil. Na prática, o grupo espanhol agora terá 66% da
Telecom Italia, e não mais 46%, e passaria a controlar tanto a Vivo
quando a TIM no mercado brasileiro. A operação deixou o governo em
alerta sobre o risco de concentração no setor e pode obrigar o grupo a
vender uma das operadoras no país.
O ministro das Comunicações,
Paulo Bernardo, disse que a hipótese mais provável é que o grupo
coloque as operações da TIM no Brasil à venda. “A legislação prevê isso.
A empresa continua funcionando, mas eles têm que vender no prazo de um
ano”, disse ele. Bernardo destacou que, se a TIM Brasil for vendida, não
poderá ser adquirida pelos outros concorrentes, como Vivo, Oi, Claro e
Nextel. “Não pode ser para um dos que já estão aqui.”
As
restrições ao caso vão além da questão concorrencial. Normas da Anatel
não permitem que um mesmo grupo econômico tenha duas frequências de
telefonia celular em uma mesma área.
Desdobramentos
O
ministro informou que o governo acompanha os desdobramentos do acordo
que permitiu que a Telefónica se torne acionista majoritária da Telco. A
operação possibilita ainda que, a partir de 2014, a Telefónica tenha a
opção de comprar o restante das ações da Telco. “Vamos analisar a
operação que eles estão anunciando lá. Isso vai ser feito pela Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel) e, certamente, pelo Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade)”, disse Bernardo.
Caso a
Telefónica exerça sua opção de compra e assuma o controle da Telco,
“evidente que isso muda e afeta a operação das empresas aqui no Brasil”,
disse ainda. “Uma empresa não pode controlar a outra”, afirmou. “Isso
significaria uma concentração muito grande na mão de um grupo, de mais
de 50% do mercado, e a diminuição de um concorrente, o que para nós
também seria negativo”.
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