A Câmara Municipal de Natal aprovou nesta terça-feira (24) o fim do
voto secreto para todas as votações no plenário da Casa. Mas, o que nem
mesmo os vereadores sabiam, era que a decisão já havia sido tomada em
maio de 2001. Nem mesmo o autor do projeto, na época, lembrava da
medida. Luiz Almir (PV) foi avisado pelo colega de plenário, George
Câmara (PC do B), que havia proposto a mesma decisão tomada ontem há
mais de 10 anos.
O parlamentar disse que a lei foi publicada no Diário Oficial do
Município no dia 31 de maio de 2001. Na época, George foi o responsável
por sugerir uma pequena mudança na lei, por isso foi procurar nos
arquivos da Câmara a decisão tomada e, ontem, “reforçada”, pelo projeto
do vereador Sandro Pimentel (Psol).
“Fui eleito e depois reeleito para a Assembleia e esse projeto ficou
na gaveta. George lembrou porque na época havia incluído algo, pedido
vistas. Mas, para não criar problemas agora, resolvemos votar a favor de
mais esta iniciativa, que vem para tornar a Câmara ainda mais
transparente”, disse Luiz Almir.
O fim do voto secreto entre os vereadores de Natal segue, de certa
forma, uma tendência nacional. A Câmara dos Deputados já analisa a
matéria e ampla maioria dos parlamentares é favorável à iniciativa. O
mesmo acontece no Senado Federal. A ideia é aumentar a pressão em cima
dos políticos em decisões tomadas como no caso da manutenção do mandato
do deputado Natan Donadon, condenado e preso, mas ainda no exercício da
função.
Luiz Almir fez questão de acrescentar ainda ser favorável a outros
dois polêmicos e importantes projetos em tramitação no Legislativo. O
vereador defende a unificação da bilhetagem eletrônica no transporte
público, antiga reivindicação dos permissionários de alternativos, e
também do empréstimo solicitado pela Prefeitura de Natal junto a Caixa
Econômica Federal. Os recursos serão utilizados para viabilizar as obras
de mobilidade urbana da Copa do Mundo de 2014. O empréstimo deve ser
votado esta tarde, enquanto a bilhetagem também pode ser apreciada nos
próximos dias.
“Reduzir férias não é problema para mim porque trabalho todos os dias”
O vereador Luiz Almir também respondeu as críticas dos que lhe
colocam como um dos contrários ao projeto de redução das férias dos
vereadores. Segundo a matéria, prestes a ser analisada na Câmara
Municipal, em vez de 90 dias de recesso, os parlamentares terão direito
apenas a 45 dias de descanso, sendo 15 no meio do ano e outros 30 no
final de cada temporada. A proposta também é do vereador Sandro
Pimentel.
“Para mim tanto faz as férias ser de 30, 45 ou 90 dias. Reduzir
férias não é problema porque trabalho todos os dias. Se não tiver
Câmara, terei que continuar acordando às 5 horas da manhã para
apresentar meu programa de rádio e terei que ir a TV no início da tarde.
Eu não tiro férias”, disse Luiz Almir.
O parlamentar explica que sua participação em veículos de comunicação
servem como uma espécie de prestação de contas do mandato, além de ser
um canal para sugerir soluções e cobrar respostas do poder público para
problemas da sociedade. “Eu vou votar conforme a decisão da maioria,
porque para mim é indiferente ser de 90 ou 45 dias”, finalizou.
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