segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Senadores dobram gastos com combustíveis, passagens aéreas e Correios em 2016


Apesar de o Brasil enfrentar uma grave recessão, os senadores dobraram os gastos de seus gabinetes em Brasília com combustível, viagens, alimentação e Correios entre 2014 e 2016.
Levantamento feito pela Casa a pedido da Folha revela um salto de R$ 2,4 milhões, em 2014 (em valores atuais), para R$ 4,8 milhões, em 2016.
Com a rubrica “gastos extras”, o Senado custeia o consumo em Brasília de combustível, material de limpeza, papelaria, alimentação, Correios e as viagens oficiais, autorizadas pela Casa.
Há limites para cada serviço, nem sempre cumpridos.
Os R$ 2,4 milhões gastos a mais seriam suficientes para construir quatro escolas com boas instalações ou remunerar por um ano 60 professores com o piso da categoria.
A rubrica dos gastos extras não está incluída na cota parlamentar a que cada senador tem direito, em geral usada em seu Estado de origem.
Essa cota se destina a arcar com todo tipo de atividade do senador em seu Estado, como viagens de ida e volta de Brasília à base eleitoral, aluguel de escritório, alimentação e segurança privada.
No caso dessa verba para os Estados, os gabinetes, juntos, gastaram R$ 24 milhões, queda de 11% sobre 2014. A verba varia de R$ 21 mil no Distrito Federal a R$ 44 mil no Amazonas.

RN pede Força Nacional para 'retomada do controle' em Alcaçuz


O governo do Rio Grande do Norte pediu reforço da Força Nacional de Segurança para intervir e entrar na Penitenciária de Alcaçuz, onde 26 morreram e, "promover a retomada do controle no sistema prisional", segundo carta do gabinete-geral do governador Robinson Faria (PSD).

Chefes de facção deixam Alcaçuz e devem ser transferidos


Cinco presos deixaram a Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, na tarde desta segunda-feira (16). De acordo com a Secretaria de Segurança Pública,  esses detentos estariam entre os chefes da facção que promoveu a matança de presos entre o sábado (14) e o domingo (15) dentro da unidade. Eles foram levados para a Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em Natal, para prestar depoimento a uma comissão de delegados e, de lá, serão transferidos para outra unidade prisional. Por questões de segurança, o governo não informou para qual presídio eles serão levados.
Os presos transferidos foram Paulo da Silva Santos, João Francisco do Santos, José Cândido Prado, Paulo Márcio Rodrigues de Araújo e Thiago Souza Soares.
Neste fim de semana, 26 detentos de Alcaçuz morreram em uma rebelião que durou mais de 14 horas.
Segundo o secretário de Justiça e Cidadania (Sejuc), Wallber Virgolino, a rebelião em Alcaçuz começou na tarde do sábado logo após o horário de visita. O secretário disse que os presos do pavilhão 5, que abriga integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), usando armas brancas, quebraram parte de um muro e invadiram o pavilhão 4, onde há presos que integram o Sindicato do Crime, facção criminosa rival do PCC. Ainda de acordo com Virgolino, todos os 26 mortos são do Sindicato.

Itep começa identificação de presos mortos na rebelião de Alcaçuz


O Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) começou na tarde desta segunda-feira (16) o trabalho de identificação dos corpos retirados da Penitenciária Estadual de Alcaçuz depois da rebelião que deixou pelo menos 26 mortos no fim de semana.
A Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) confirmou que, dos 26 mortos retirados da penitenciária, 15 estão decapitados e pelo menos dois, carbonizados.
Segundo o Itep, os corpos estão em uma carreta-frigorífico no quartel da Polícia Militar e de lá serão levados para o Instituto, no bairro da Ribeira. A intenção é examinar quatro corpos por dia, mas o processo pode levar até um mês, informou a direção do Itep.
A identificação pode ser feita em até três etapas. Primeiro, os peritos tentarão identificar os mortos pelas impressões digitais. Em segundo caso, pela arcada dentária, a partir do raio-x da face. Se também não der certo, farão exame de DNA.
As famílias dos que forem identificados serão chamadas para fazer o reconhecimento presencial.

Após rebelião, governo procura corpos em fossa de presídio do RN


Após a rebelião na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte, o governo procura corpos dentro da fossa da unidade prisional. Um carro da Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) chegou ao local por volta das 11h desta segunda-feira (16) para esvaziar a fossa. A busca por corpos será feita pelo Corpo de Bombeiros, segundo a Secretaria Esatdual de Justiça e Cidadania (Sejuc).
A rebelião durou pouco mais de 14 horas, terminou na manhã de domingo (15) e deixou 26 mortos, mas o governo informou que existe a suspeita de que haja mais corpos dentro da fossa da unidade prisional.
Os presos amanheceram a segunda-feira em cima dos telhados dos pavilhões com paus, pedras e facas nas mãos, além de bandeiras com as siglas de facções criminosas. A Sejuc nega que a rebelião tenha sido retomada, mas diz que a situação é tensa dentro da unidade. Por volta das 11h50 a Polícia Militar entrou na área dos pavilhões e os detentos desceram dos telhados.
A assessoria da Sejuc informou que a busca de corpos nas fossas será feita pelos bombeiros quando houver segurança para os profissionais.
Uma revista para buscar possíveis armas estava marcada para o início da manhã desta segunda-feira (16), mas um motim no Presídio Raimundo Nonato fez com que o Grupo de Operações Especiais (GOE) se deslocasse para aquela unidade e atrasou o início da revista em Alcaçuz.

Presos se rebelam em mais um presídio do Rio Grande do Norte


Detentos do Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, em Natal, estão rebelados desde as 3h (4h de Brasília) desta segunda-feira (16). Segundo o governo do Rio Grande do Norte, a situação foi controlada por volta das 5h30 (6h30 de Brasília). Não houve fugas e não há informações sobre feridos. No fim de semana, uma rebelião em outro presídio do estado deixou 26 mortos.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc), os presos tentaram derrubar uma parede do presídio Raimundo Nonato, mas a polícia interveio e evitou a fuga. Eles ainda tentaram entrar em uma área de isolamento da unidade, onde ficam os presos ameaçados de morte, mas não conseguiram.
O Grupo de Operações Especiais da pasta entrou no presídio às 7h30 (8h30 de Brasília) para debelar o motim.
A nova rebelião atrasou uma revista prevista para ocorrer na manhã desta segunda-feira na Penitenciária de Alcaçuz, onde ocorreram as mortes no fim de semana.
Conhecido como Cadeia Pública de Natal, o Presídio Provisório Raimundo Nonato não tem grades, que foram arrancadas em rebeliões anteriores. O estabelecimento tem 166 vagas projetadas, mas abriga 600 detentos, segundo um relatório de novembro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As condições são consideradas "péssimas".

Rebelião mais violenta da história do RN tem 26 mortos, diz governo


Vinte e seis presos morreram na rebelião da Penitenciária de Alcaçuz que já é a mais violenta da história do Rio Grande do Norte. Quase todos foram decapitados. O motim começou na tarde de sábado (14) e terminou 14h depois já na manhã deste domingo (15). Este já é o terceiro caso de dezenas de mortes em penitenciárias no país em 2017 - no começo de janeiro ocorreram os massacres no Amazonas e Roraima.
Mais cedo, havia sido divulgado que 27 presos morreram, mas, segundo o governo do estado, um deles foi computado duas vezes por que alguns corpos foram esquartejados e dois foram carbonizados.
O secretário de Segurança Pública, Caio Bezerra, disse, em coletiva na noite de domingo, que haverá reforço nas guaritas e nos arredores do presídio durante a noite para evitar fugas, e que na segunda-feira será realizada uma nova revista na unidade para buscar armas brancas ou de fogo. Neste domingo foram encontradas armas de fogo artesanais, segundo ele.
O secretário de Justiça, Wallber Virgolino, disse que os líderes identificados estão isolados dentro da unidade prisional e que ele espera que na segunda seja feita a transferência de presos para outras unidades no próprio estado. O objetivo é separar duas facções: Sindicato do Crime e PCC. Ele classificou o local como "cenário de barbárie".
Ele respondeu ainda sobre boatos de que haveria mais corpos em fossas do presídio, e disse que na segunda-feira haverá uma nova busca. Virgolino afirmou não descartar a possibilidade, mas disse que não acredita que ela se confirme.