quarta-feira, 15 de abril de 2020

“Esse não é o momento”: deputado Tomba Farias pede que governadora repense a construção do hospital de campanha

tombaaladistancia

Durante sessão remota realizada nesta terça-feira (14), o deputado estadual Tomba Farias (PSDB) solicitou à governadora Fátima Bezerra que desista de investir o montante de cerca de 37 milhões na implantação de um hospital de campanha no estádio Arena das Dunas. O posicionamento do parlamentar é decorrente de conversas que manteve com médicos como o hematologista Marcos Leão, Geraldo Ferreira (Presidente do Sindicato dos Médicos do RN) e Marcos Lira (Presidente Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte), que opinaram não ser esta a prioridade do momento.

"O que é preciso nesse momento é equipar o hospital de Macaíba, o hospital da Polícia Militar, o Deoclécio Marques, contratar leitos dos hospitais privados, como o Memorial, que tem 60 leitos, o hospital Rio Grande, Promater, entre outros. Se todos esses médicos têm esse ponto de vista, será possível que não está na hora que o governo repense isso, que a governadora Fátima Bezerra repense isso?", questionou.

Para Tomba Farias, os 37 milhões deveriam ser investidos em toda a estrutura de saúde já existente no RN. O parlamentar revelou que no Giselda Trigueiro, hospital que é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, chega a faltar kits para realização do exame de gasometria – que verifica a oxigenação do paciente. Ele defendeu ainda investimentos em equipamentos de proteção, os chamados EPIs para ser utilizados por todos os profissionais de saúde.

Tomba Farias revelou que todos os médicos que foram por ele escutados deixaram claro que, se fossem Secretário de Saúde, a construção do hospital de campanha seria a última coisa que fariam.

O deputado municipalista ainda cobrou do governo do Estado o pagamento de emendas parlamentares destinadas à saúde. "Já estamos há mais de 30 dias de pandemia e nenhuma emenda é paga, nenhuma providência é tomada, no momento em que os municípios mais precisam. Foi o próprio governo que pediu que os deputados remanejassem as emendas para a saúde", afirmou o parlamentar.

FONTE: Assessoria de Imprensa do deputado Tomba Farias

Atualização Brasil tem 1.736 mortes e 28.320 casos de coronavírus



O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (15) que o país chegou a 28.320 casos confirmados e 1.736 mortes pelo novo coronavírus. Na terça (14), eram 1.532 óbitos e 25.262 casos confirmados.

Pelo segundo dia consecutivo, número de novas mortes confirmadas passa de 200.

Bastidores: Planalto teme debandada no Ministério da Saúde em meio à pandemia



Com a saída do ministro da Saúde, Henrique Mandetta,dada como certa, o governo teme que uma debandada nos cargos de segundo escalão leve à paralisia da pasta em meio à pandemia do coronavírus. Ministros palacianos agem para evitar que auxiliares de Mandetta sigam o caminho do secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, que pediu demissão na manhã desta quarta-feira, 15, em meio às especulações sobre a saída do ministro.

Segundo fontes do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro deu início ao processo de substituição de Mandetta ontem depois de considerar uma provocação a entrevista do ministro ao Fantástico, no domingo, na qual cobrou uma "fala única" do governo quanto às medidas de controle da pandemia. 

Entre os cotados está o secretário-executivo e número 2 do ministério, João Gabbardo.

A preocupação quanto a um possível desmonte da pasta vem do 4º andar do Palácio do Planalto, onde ficam os ministros militares que atuaram fortemente na pacificação entre Bolsonaro e Mandetta na semana passada. Eles estão mapeando quais integrantes dos escalões inferiores não são ligados umbilicalmente a Mandetta e poderiam continuar no governo caso se confirme a saída do ministro.

O Ministério da Saúde tem seis secretarias além da secretaria-executiva, ocupada por Gabbardo. Neste contexto, segundo um auxiliar direto de Bolsonaro, o número 2 da pasta ganha força devido aos seus vínculos com os demais integrantes da pasta. De acordo com este auxiliar do presidente, os ministros militares devem entrar em campo para convencer auxiliares de Mandetta a permanecer em suas funções.

Depois que a saída do ministro se tornou uma possibilidade concreta, alguns deles teriam manifestado descontentamento em relação ao titular. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, que assim como Mandetta é do DEM, estaria trabalhando para equacionar os casos dos integrantes do segundo escalão que foram nomeados por indicações políticas do partido.

Ainda de acordo com fontes do Planalto, Bolsonaro só deve demitir o ministro da Saúde depois que tiver resolvido a questão dos cargos de segundo escalão.

Mandetta entrou em rota de colisão com Bolsonaro há duas semanas quando insistiu em defender orientações como o isolamento social, seguindo recomendações das principais autoridades nas áreas sanitária e de saúde de todo o mundo, contrariando a posição de Bolsonaro.

O ápice dos atritos foi na segunda-feira da semana passada, quando Bolsonaro ameaçou "usar a caneta" para enquadrar auxiliares. A demissão de Mandetta já era dada como certa quando ministros militares fizeram o papel de bombeiros da crise. Neste meio tempo pesquisas de opinião mostraram que o ministro tinha avaliação melhor do que a do presidente.

O DEM passou a dar tratamento diferenciado a Mandetta. No feriado da Semana Santa, correligionários orientaram o ministro a demarcar posição em relação a Bolsonaro.

A gota d'água foi a entrevista ao Fantástico, no domingo, vista como uma provocação, que levou os ministros militares a retirarem o apoio ao titular da Saúde. Em entrevista ao Estado, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que Mandetta "cometeu falta e merece cartão".

Menos da metade da população do RN cumpre isolamento social, aponta monitoramento

Mapa mostra que 47,2% da população do RN estava respeitando o isolamento social na última segunda-feira (13) — Foto: In Loco/Reprodução

O índice de potiguares atendendo às medidas de isolamento social por causa do novo coronavírus caiu e atualmente representa menos da metade da população do Rio Grande do Norte, de acordo com um levantamento da empresa de tecnologia In Loco, que tem feito um acompanhamento nacional sobre o assunto, com base em dados de 60 milhões de brasileiros, usuários de vários aplicativos de smartphones.

A plataforma desenvolvida pela In Loco consegue estimar um percentual de pessoas que estão em movimentação ou não pelo país. Na última segunda-feira (13), 47,2% dos potiguares estavam cumprindo as medidas. Para se ter uma comparação, 10 dias antes, no dia 4 de abril, 54,6% da população potiguar estava em casa. Apesar da redução, o índice do estado ainda está um ponto percentual acima da média brasileira, que é de 46,2%.