O vereador Rafael Motta, presidente estadual do PP, não está
satisfeito com a gestão do prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT) nestes
primeiros oito meses de administração. O parlamentar até admite ter
sentido melhorias em relação ao legado deixado pela ex-prefeita Micarla
de Sousa, mas afirma que o trabalho realizado até agora está abaixo do
esperado pelos natalenses.
“No início do ano até senti melhorias em alguns setores, mas a
sensação hoje é que está aquém do que o natalense precisa. Os buracos
(nas ruas) continuam, a coleta de lixo foi regularizada, mas poderia ser
melhor”, analisa o vereador, que na Câmara Municipal tem tido uma
postura de independência em relação ao pedetista.
Para melhorar essa situação, Rafael cobra de Carlos Eduardo mais
diálogo com os representantes do Legislativo. Segundo o pepista, o
prefeito “poderia ouvir mais os vereadores, manter um vínculo maior, se
fazer mais presente na Câmara Municipal para que todos pudessem
contribuir mais com Natal”. O parlamentar fez referência a ida do gestor
ao Palácio Frei Miguelinho, na semana passada, para explicar a
necessidade da aprovação de um novo empréstimo ao município.
Ainda de acordo com Rafael, é preciso evitar “essa cultura de vetos”
que tem dominado a relação entre Executivo e Câmara em 2013 até agora.
“Há vetos até de vereadores da própria bancada aliada do prefeito”,
disse, exemplificando em seguida com o fato ocorrido com o vereador
George Câmara (PC do B).
Há poucos meses, Carlos Eduardo vetou projeto de implantação da ficha
limpa no município, projeto proposto pelo aliado comunista. Mas, no
plenário da Casa, a decisão do gestor foi derrotada e a matéria virou
lei. “Eu acho que a Prefeitura e a Câmara são dois poderes
independentes, isonômicos, e precisam de uma respeitabilidade maior”,
enfatizou o presidente do PP, durante entrevista concedida ao programa
Pensando Bem, exibido na TV Câmara desta segunda-feira (09).
Ao ser questionado sobre o tamanho do prejuízo da ausência de um
líder nessa relação entre os poderes, o vereador admitiu que Carlos
Eduardo tinha no ex-detentor do cargo, Júlio Protásio (PSB), um nome com
capacidade de diálogo e liderança na Casa. Mas respeita a decisão do
pessebista, que deixou a função após a Secretaria Municipal de Saúde
decidir fechar uma unidade da pasta no Conjunto do Jiqui, onde possui
ampla liderança política. Além disso, o prefeito ainda anunciou o fim do
programa Proeduc, criado por Protásio.
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