segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Bezerra confirma convite: “Se tiver que responder agora, minha resposta é não”

Ex-ministro da Integração Nacional, ex-senador da República, ex-líder dos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso Nacional, empresário vitorioso na iniciativa privada e homem feliz e satisfeito com a vida aos 72 anos. Este é o potiguar Fernando Bezerra, hoje o nome do PMDB para disputar o governo do Estado nas eleições do ano que vem.
No entanto, convidado, Fernando Bezerra ainda não decidiu se será candidato. Principalmente, porque está muito bem onde está: à frente dos negócios, na convivência diária com a família. Contudo, admite o convite, feito sob a forma de desafio e como última contribuição política dele ao Estado. Seria uma missão. Um mandato de quatro anos, com as iniciativas necessárias para tentar pôr o Estado nos trilhos do desenvolvimento, e ponto final. Sem reeleição, até.

É neste contexto que Fernando Bezerra afirma que está “amadurecendo” o convite. Nos últimos dias, ele reflete sobre a proposta dos líderes do PMDB no Estado, o atual presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e o ministro da Previdência, Garibaldi Filho.

“Não estou sendo enfático numa resposta negativa, mas não é uma decisão fácil a tomar. Eu estou dando um tempo para que eu possa amadurecer. Mas, se eu tiver que responder agora, minha resposta é não. Não é fácil dizer isso de cara. Tenho tempo para dizer, e essa decisão não está tomada”, revelou o ex-senador ao Jornal de Hoje.


Fernando Bezerra está afastado da política há quase sete anos, quando tentou renovar o mandato de senador da República e perdeu a eleição para a então ex-prefeita de Mossoró Rosalba Ciarlini (DEM). Desde então se dedica aos negócios – é dono da empresa Ecocil – e à família, seu maior patrimônio desde então. Agora, se vê às voltas com o destino político batendo à sua porta. E o provável desafio de enfrentar novamente nas urnas aquela que o derrotou: a atual governadora do Estado, Rosalba Ciarlini, que poderá ser candidata à reeleição.

“Eu declaro que não tenho nenhuma decisão tomada sobre isso, houve sondagem. No momento eu não estou disposto a aceitar. Entretanto, eu pedi um tempo para pensar, não sei nem que forças vão ter…”, diz
Para ele, a resposta positiva vai depender de uma análise detida acerca de todas as questões relacionadas. “Eu não sei qual a situação do Estado. Estou um homem muito maduro, tenho que pensar muito mesmo. Tenho 72 anos, não tenho nenhuma vaidade, ambição, nem ansiedade, de modo que prefiro aguardar um pouco”, disse ao Jornal de Hoje.

O nome do empresário, enquanto candidato a governador, surge num contexto de muita força política do seu partido, o PMDB, que no Estado comanda a Câmara dos Deputados e nacionalmente é o principal parceiro político do governo da presidente Dilma Rousseff, do PT.
Liderado pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB), e pelo ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, o PMDB foi até recentemente – julho – aliado do governo Rosalba Ciarlini, com quem rompeu. Desde então, o partido anuncia que terá candidato próprio. Seus líderes maiores, contudo, não aceitam o desafio – Garibaldi prefere permanecer ministro ou senador, em Brasília, e Henrique tem planos de se reeleger presidente da Câmara.

Foi Henrique, contudo, que iniciou a difusão do conceito de que o Estado passa por graves dificuldades; que Rosalba Ciarlini não fez as reformas que precisava; e que o RN precisa de um governador que encarne um projeto político amplo de desenvolvimento, com foco na viabilidade econômica do Estado, que hoje estaria inviável, sem atrair investimento e sem crescer como os demais estados nordestinos.

Nesse contexto, surgiram nomes como o dos empresários Marcelo Alecrim, da Ale Distribuidora, e Flavio Rocha, da Riachuelo. Mas foi com Fernando Bezerra que as conversas ganharam mais profundidade. Entretanto, o maior interessado ainda não definiu, e faz ponderações a respeito. “Como todos dizem, é solução para o ano que entra. Daqui para o ano que entra, tem um bocado de água para rolar debaixo da ponte, e eu posso realmente mudar minha decisão de não aceitar”.


Para aceitar, “teria que ter condições favoráveis”
Sobre as condições políticas, o senador deixa evidenciado que se vier a aceitar o desafio de disputar mais uma vez o governo do Estado – ele já disputou em 2002, perdendo para Wilma de Faria (PSB) e Fernando Freire (PMDB) – só o fará se tiver condições políticas adequadas, o que significa bons apoios políticos.

“Se eu viesse a aceitar, teria que ter condições políticas extremamente favoráveis. Não estou dizendo que quero ser nomeado, sei que uma candidatura implica em disputa eleitoral, mas existem disputas eleitorais que são mais favoráveis”, diz, se referindo à possível aliança de apoio ao seu nome, que teria que contar com partidos e lideranças endossando o projeto.

E quanto à formação dessa aliança, Fernando Bezerra diz não ser tarefa para ele, mas para os líderes do PMDB, especialmente o presidente, Henrique Alves. Instado a falar que condições favoráveis seriam essas, ele afirmou: “É uma pergunta para o deputado Henrique Alves responder. Você há de convir que eu estou afastado há seis, sete anos da política, e não tenho tido convivência política com ninguém. Tenho tido convivência social com os políticos. Eu também não estou disposto para me viabilizar em busca de uma candidatura… Não sou eu que estou buscando. Se o partido me quer candidato, é o partido que deve buscar condições políticas”.

“Para o Senado, se eu disser que Fátima é ótima, dirão que vetei Wilma; e vice e versa”
Instado a abordar a formação da chapa, que teria sido proposta pelo presidente do PMDB, Henrique Alves, sendo Fernando Bezerra para o governo, e a deputada federal Fátima Bezerra para o Senado, o pré-candidato do PMDB ao governo do Estado disse não poder se comprometer com nenhum dos nomes como preferenciais para o Senado.

“Não quero responder, porque tudo que eu disser compromete. Se eu disser que Fátima é ótima, vão dizer que eu vetei Wilma. Se eu disser que Wilma é ótima, vão dizer que eu vetei Fátima. E eu não tenho nenhum envolvimento com os demais partidos e lideranças. Apenas fui sondado, sem responder sim e sem ter participado de qualquer negociação política”.
Sobre se a aliança do PMDB com o PT irá se concretizar no Estado, Fernando Bezerra também prefere evitar comentários. Na opinião dele, inclusive, o candidato do PMDB deveria ser o presidente da Câmara Henrique Eduardo Alves. “Aliás, eu defendo que o candidato deva ser Henrique ou Garibaldi. Como Garibaldi foi muito enfático ao dizer não, acho que Henrique seria uma grande candidatura, por ser experiente, criativo, ter militância da política diária, seria um bom candidato e pelo que conheço, seria um bom governador”.

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