Problema elétrico dificulta liberação de corpos no Itep

 

 Uma mãe que está desde a noite de sexta-feira, 11, na porta do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep-RN) esperando a liberação do corpo do filho executado. Esse é o drama de Eliana Dantas. Ela e mais algumas pessoas da família do rapaz estão em estado permanente na porta do órgão esperando a liberação do corpo do jovem que depende apenas de um exame de raio X. A liberação não acontece porque os exames de raio X não estão sendo feitos. O aparelho funciona, porém por conta da instalação elétrica feita após uma reforma no prédio , um curto corta o fornecimento de carga elétrica sempre que o aparelho é ligado ao mesmo tempo que outras máquinas.

 O eletricista que fez a instalação depois da reforma deveria ter comparecido hoje para solucionar o problema, porém não apareceu. “Não é má vontade nossa. Nós ficamos reféns desse tipo de situação”, afirmou o diretor-geral do Instituto, Nazareno de Deus Costa.

A demora é o que deixa a mãe do jovem revoltada. “Na sexta me disseram para vir no sábado que com certeza o corpo seria liberado. No sábado, voltei e o médico disse que não liberaria porque não tinha como fazer o raio X. Trouxeram outro aparelho, mas a rede elétrica não aguenta”, conta Eliana Dantas.

“A gente quer apenas enterrar o corpo, porque não tem mais nada o que fazer. Perco meu dia de trabalho porque chego aqui de manhã e fico aguardando informação”, acrescenta. A família disponibilizou o caixão e o enterro também já está pago, enquanto segue aguardando a liberação.

O corpo de Tiago Dantas da Silva foi encontrado uma semana após ter sido executado, em Arêz. Como o estado de decomposição já era avançado, o cadáver não pode ser colocado na câmara frigorífica do instituto. A família de Tiago reclama do fato de o corpo estar no pátio Itep. O mal cheiro pode ser sentido até do lado de fora do instituto.

Segundo o diretor, os corpos encontrados com mais de 24h após a morte ficam no pátio, pois não existe local apropriado para acomodação desses cadáveres. “Fica impossível colocar na câmara frigorífica, pois contaminaria o necrotério e todos os funcionários”, argumenta Nazareno. “Só vai melhorar quando fizerem outro Itep mais estruturado. Por enquanto, os corpos vão continuar no pátio. A estrutura é essa desde que o instituto foi fundado”, acrescenta o diretor geral.

Sensibilizado com a questão, Nazareno de Deus Costa recebeu a mãe do jovem e deu garantias que o caso do filho dela seria o primeiro a ser resolvido, assim que o aparelho de raio X volte a funcionar da maneira correta. Em contato por telefone, o eletricista garantiu que estaria no Itep às 7h da manhã desta terça-feira (15) para resolver o problema definitivamente.