quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Dívida com fornecedores de remédios e insumos afeta estoque da UNICAT


Paralisação dos servidores, diminuição dos serviços, uma dívida milionária e falta de medicamentos. Este é o quadro da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat), órgão responsável pela distribuição dos medicamentos de alto custo para usuários da rede de saúde pública que sofrem com doenças graves.   Vinculada à Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), a Unicat, que ainda é responsável pela distribuição dos remédios e insumos hospitalares, depende das compras realizadas pela unidade gestora. 

E é nisso que mora o problema.De acordo com a própria Se
sap, a dívida da administração estadual com os fornecedores de remédios e insumos é de R$ 28 milhões. 

E por isso alguns deles não estão realizando o abastecimento devido, também por conta da falta de perspectiva da quitação do débito.Por conta desta situação, mais de 20% da lista de medicamentos de alto custo entregues pela Unicat aos pacientes não estava disponível ontem no prédio localizado na Rua Doutor Nilo Bezerra de Carvalho, no Tirol.    O número de medicamentos da lista em falta oscila entre os 20 e 30, a depender do dia, segundo apurou a reportagem. A lista é impressa e está sempre afixada na porta da Unicat, sendo corrigida pelos servidores com riscos de caneta naqueles que são recebidos pelo estoque ou acrescentando os que acabam no dia.  

Ontem (20), duas listas estavam à mostra. A primeira, sem data específica, estava com 35 medicamentos, alguns já riscados, e a outra apontava 29 itens em falta, entre os excluídos e os acrescentados pelos servidores.Segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sindsaúde-RN), 21 dos cerca 100 medicamentos de alto custo distribuídos na Unicat estavam em falta ontem (ver box).  
“As atualizações do estoque são feitas todo dia, porque às vezes chegam cargas e os medicamentos também acabam porque não são reabastecidos”, explica José Almeida, servidor da Unicat. 

O próprio sindicato não tem levantamento de como se encontra a situação da Unicat com relação aos medicamentos e insumos hospitalares, que são redistribuídos para outras unidades de saúde do estado.   “Ainda não temos um levantamento preciso, mas cerca de 50% do estoque está em falta ou com uma quantidade muito baixa”, afirma Almeida.

A secretaria destacou que a lista de medicamentos que não estão no estoque pode diferir da divulgada pelos servidores porque há substituições de medicamentos com dosagens diferentes – um remédio com 100 mg que esteja em falta pode ser substituído por dois de 50 mg, por exemplo. 

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