quinta-feira, 13 de agosto de 2015

“Tentava ligar e não consegui”, relembra filho de Eduardo Campos


João Campos estava no Recife, transportando caixas com material de campanha do pai, Eduardo Campos (PSB), quando seu telefone tocou. Um helicóptero, contaram-lhe, havia caído em Santos, no litoral paulista, naquela manhã chuvosa de quarta-feira, 13 de agosto de 2014.
“Era o Rodrigo Molina [sobrinho de Campos] dizendo para eu ficar calmo, que tinha caído um helicóptero em Santos e que painho estava indo para lá, mas era para ficar tranquilo que o helicóptero não era o dele.”
Ao chegar a seu apartamento em São Paulo, Marina Silva, candidata a vice de Campos na disputa pela Presidência da República, recebeu a mesma notícia. Com alguma culpa – afinal, alguém havia morrido – ficou aliviada. Tinha certeza de que o ex-governador estava em um jatinho, que ela própria recusara horas antes.
“O Carlos [Vicente, assessor], que trabalha comigo, falou: ‘Olha o avião do Eduardo está há mais de duas horas sem que as pessoas tenham contato com ele”, conta. “Aí ficamos todos muito apreensivos, mas logo em seguida apareceu a foto de um helicóptero e eu falei: ‘Eu tenho certeza que Eduardo não foi para Santos de helicóptero’. E até senti uma situação, assim, de alívio.”
A apreensão esperançosa foi transformando-se em apreensão pura. O ex-governador de Pernambuco não atendia aos telefonemas nem do filho nem da vice. O helicóptero era, na verdade, um avião. O prefixo, PR-AFA, era o mesmo do jato Cessna 560XL que a campanha utilizava. Campos, o assessor de imprensa Carlos Percol, o assessor Pedro Valladares Neto, o cinegrafista Marcelo Lyra, o fotógrafo Alexandre Severo, o piloto Marcos Martins e o copiloto Geraldo M. P. da Cunha, estavam nesse avião. Morreram quando ele explodiu ao cair sobre imóveis pouco antes das 10h.

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