sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Policiais Militares revendiam drogas apreendidas e torturavam presos


Sob o argumento de que “honestidade não serve para nada”, os policiais militares presos na Operação Novos Rumos, deflagrada pelo Ministério Público Estadual na última terça-feira(29), não somente extorquiam traficantes para que estes comercializassem os ilícitos livremente. Os militares também repassavam drogas para tais traficantes revenderem. O lucro era dividido entre eles. “Se agente pega 100 gramas e colocasse na sua mão você desenrola?”, questionou um policial militar a um traficante da Comunidade Beira Rio, na zona Norte da capital, em abril deste ano. “Pode ser até um quilo! Homem pegue logo desenrola!”, respondeu o traficante. A prática de tortura e a invasão de domicílios de pessoas ligadas ao crime para a subtração de objetos de valor também era uma prática comum dos integrantes da Viatura 924, do 9º Batalhão da Polícia Militar, alvos da investigação.

O detalhamento das ações ilícitas está no pedido de decretação de prisões preventivas, indisponibilidade de bens e afastamento de sigilo de dados fiscais contra os policiais militares investigados entregue pelos promotores de Defesa do Patrimônio Público à Justiça. O sigilo de parte do processo foi levantado quarta-feira passada pelo Juízo da 11ª Vara Criminal. 

A partir de denúncias de que os policiais militares que se deslocavam na Viatura 924 recebiam semanalmente “comissão” para o “lanche da rota policial diária” e também para fazer vista grossa ao funcionamento de estabelecimentos de jogos de azar na Cidade da Esperança, o MPRN requereu ao Judiciário autorização para interceptação ambiental na Viatura e interceptação telefônica dos PMs suspeitos de praticarem atos criminosos diversos.

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