segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Para Henrique Baltazar, separar facções nos presídios é reconhecer controle dos presos


O Rio Grande do Norte sentiu na pele os efeitos da violência na última semana graças às ações de uma facção conhecida como “Sindicato do Crime”, que, dentre outros delitos, queimou transportes e depredou prédios públicos – em razão da instalação de torres bloqueadoras de sinais de celular nas proximidades da Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP) – deixando a população em pânico e revoltada.
Pensando nisso, o Agora RN procurou ouvir o juiz Henrique Baltazar Vilar dos Santos, titular da Vara de Execuções Penais de Natal, para entender onde está a raiz dessa violência. Para o magistrado, um dos problemas principais tem sido a separação de criminosos por facções nos presídios do estado. Baltazar crê que, deste modo, o estado está admitindo que os detentos têm determinado controle dentro das prisões.
“Na minha visão, isso apenas fortaleceu as facções e até delimitou o território para elas. O estado reconheceu que presídio tal é controlado pela facção tal. É preciso que o estado tenha controle sobre os detentos. A lei, inclusive, diz como devem ser divididos os presos nas unidades; ela não fala nada de separar por facção. Se você iguala a força dentro dos presídios entre facções, ninguém vai se matar porque eles correm o risco de morrer também”, explicou o meritíssimo.

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