quarta-feira, 20 de junho de 2018

Raiva humana já matou 12 pessoas no Pará e coloca SP em alerta

O "Pteropus giganteus", um tipo de morcego gigante conhecido como raposa-voadora, foi utilizado no estudo

Desde o início do ano, pelo menos doze pessoas morreram vítimas de raiva humana na comunidade de Melgaço, no arquipélago de Marajó, no Pará. No município, que tem o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, são catorze os casos notificados, com sete tendo sido confirmados laboratorialmente pelos institutos Evandro Chagas e Pasteur.

A Secretaria de Saúde do estado considera a situação sob controle, alegando que não há 30 dias não são identificados novos casos na região. A previsão é que os técnicos permaneçam, com o trabalho de prevenção, até o final do próximo mês.

A principal dificuldade da comunidade são as condições sanitárias, que teriam causado o surto de raiva. Os moradores também alegam não ter condições financeiras para colocar telas nas janelas, evitando a entrada dos morcegos. A maioria dos habitantes vive em palafitas, com esgoto ao ar livre.

Apesar da situação no Pará, o Ministério da Saúde afirmou que o país se encontra próximo da eliminação da doença. Em 2017, foram registrados seis casos de raiva humana, sendo um em Pernambuco, um em Tocantins, um na Bahia e três no Amazonas, todos causados pela variante do vírus que circula entre morcegos.

O Ministério da Saúde diz ainda que não há falta de vacinas antirrábicas caninas. Para este ano, estão previstas 29,5 milhões de doses que já estão sendo distribuídas nos Estados. A maioria deles, no entanto, realiza as campanhas de vacinação entre setembro e novembro.

SP em alerta

De janeiro até esta segunda-feira, 18, houve no Estado de São Paulo 101 registros de raiva em bovinos, equinos e suínos, além de dois casos em animais domésticos. O aumento foi de 53% ante o mesmo período de 2017, quando houve 66 casos. Os dados são da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

A tendência de crescimento já havia sido observada no ano passado, quando houve 196 casos em bovinos, equinos e ovinos, ante 105 em 2016. Esses registros têm levado a alertas sanitários no interior paulista. A doença, de alta letalidade, pode ser transmitida para o homem, principalmente pela saliva do animal doente.

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