quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Contra Bolsonaro, Haddad admite aliança com Alckmin em 2º turno

Fernando Haddad (PT) foi prefeito de São Paulo durante o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) no estado.

No caso de Jair Bolsonaro, candidato do PSL chegar ao 2º turno na disputa presidencial com Geraldo Alckmin (PSDB), o PT poderia apoiar o tucano. A eventual aliança foi admitida pelo vice na chapa petista, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (9). O ex-prefeito de São Paulo, contudo, afirmou que a possibilidade é remota.


"O PT não tem esse preconceito", afirmou Haddad em resposta ao jornalista Reinaldo Azevedo em evento do banco BTG Pactual, em São Paulo. O candidato a vice, contudo, afirmou que esse cenário seria um "pesadelo". Ele também considerou esse cenário improvável. "O Alckmin acho que só cresce às custas do Bolsonaro", disse Haddad.

Com 7% das intenções de voto no último Datafolha, divulgado em 11 de junho, o tucano tem tentado atrair os votos de eleitores do deputado federal. Nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),Bolsonaro lidera as intenções de voto, com 17%.

Na convenção do PSDB no último sábado (4), o ex-governador de São Paulo afirmou que o País precisa de "ordem democrática", que essa é uma "exigência civilizatória". Disse que é candidato para unir e insinuou que há candidatos que querem levar o Brasil para o radicalismo. "Gente assim quer ditadura, que logo degenera em anarquia", atacou, em outra referência ao candidato pelo PSL.

A expectativa é de um enfrentamento também no debate da Band nesta quinta-feira. Como o PT não irá participar, o partido decidiu fazer um debate paralelo, com transmissão nas redes sociais.

Ao admitir uma aproximação com o PSDB, Haddad defendeu o ex-governador. "Nunca vi um empresário sugerir uma conduta inadequada do Alckmin", afirmou. Ele foi prefeito de São Paulo quando o tucano comandava o estado.

O petista lembrou ainda de alianças anteriores entre os partidos tradicionalmente opostos. Em 1998, a então petista Marta Suplicy, ficou de fora do 2º turno na disputa do governo estadual e o PT apoiou Mário Covas (PSDB) na disputa contra Paulo Maluf (PPB, atual PP). O tucano venceu. Dois anos depois, Marta foi para o 2º turno e Covas retribuiu, uma vez que o adversário era Maluf também, e ela foi eleita.

Na entrevista, o ex-prefeito deixou claro que Lula ainda é o candidato do PT. "Nós não vamos abdicar do Lula", afirmou. Condenado por corrupção e lavagem de dinheiro em 2ª instância, o ex-presidente está preso desde 7 de abril. O PT deve registrá-lo como candidato até 15 de agosto, mas a tendência é que a Justiça Eleitoral rejeite o pedido, com base na Lei da Ficha Limpa.

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