Um acidente de trabalho em obra no bairro de Lagoa Nova, zona Sul de Natal, resultou na morte de um operário de 54 anos. O pedreiro natural de Poço Branco, Antônio Emídio Neto, trabalhava na construção do edifício Mirante Lagoa Nova, da construtora Moura Dubeux, quando foi atingido na cabeça por uma estrutura de proteção que descolou e desabou do 12º andar sobre o operário que trabalhava no primeiro andar, fazendo o revestimento da parte externa.
Este é o segundo óbito na construção civil registrado esse ano, no Rio Grande do Norte, segundo dados do Ministério do Trabalho (DRT). Ao todo, de janeiro a julho deste ano foram 93 acidentes, que resultaram em 91 afastamentos médicos. O número representa 48% do número registrado no ano passado – 192 acidentes de trabalho na construção civil, com três óbitos.
O guarda-corpo, estrutura de madeira usada para evitar que trabalhadores e material caiam durante a construção fixada em janelas e portas, ocasionou a morte. O objeto acertou e partiu o capacete do operário, que faleceu antes da chegada do socorro médico.
Um dos trabalhadores, o carpinteiro Ewerton Carlos de Oliveira, de 28 anos, estava no momento do acidente. “Foi tudo muito rápido, já ouvimos o barulho quando o guarda-corpo acertou ele. Era um homem bom, comunicativo e trabalhador”, disse o trabalhador, emocionado.
Os Bombeiros estiveram no local para averiguar as causas do acidente. De acordo com o sargento do CB Evandro Melo, não era cogitado o embargo à construção, em princípio, uma vez que não tratava de falha estrutural na obra, e sim um acidente de trabalho. Técnicos da Semurb também estiveram no local, mas preferiram não antecipar informações. As vistorias foram feitas e o laudo deverá sair nos próximos dias. A obra está com as licenças regulares.
Caso recorrente
A morte por impacto com estruturas e outros materiais de construção é o caso mais recorrente dos acidentes de trabalho do segmento, analisa o chefe do Núcleo de Segurança e Saúde da DRT, Calixto Torres Neto. Ele espera que as ocorrências este ano sejam inferiores as de 2012. “Estamos fazendo intervenções regulares nas grandes obras estruturantes, isso terá um saldo mais positivo”, disse.
O Sindicato da Construção Civil do RN (Sinduscon) não tem estudo sobre a quantidade de acidentes de trabalho envolvendo trabalhadores do setor. Em geral, explicou a diretora Ana Adalgisa Dias, os casos ocorrem com o pessoal contratado temporariamente.
Em nota à imprensa, a Moura Dubeux Engenharia lamentou o episódio e ressaltou preocupação com as normas de segurança, no uso de equipamentos e treinamentos para todos os colaboradores. A construtora informou que solicitou o socorro ao Corpo de Bombeiros e Samu, mas o funcionário não resistiu. A nota informa ainda que a empresa irá analisar o acidente e tomará as providências necessárias, além de dar o suporte necessário para a família do colaborador.
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