terça-feira, 1 de outubro de 2013

Profissionais de saúde ameaçam paralisar atividades

Neste primeiro dia de outubro, o Sindicato dos Servidores de Saúde do RN (Sindsaúde) realizou uma paralisação das unidades de saúde, como também, pela manhã, uma passeata saiu da sede da entidade, no início da avenida Rio Branco, até a Prefeitura do Natal, onde esperavam ser recebidos pelo prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves.

Durante a caminhada que fechou as principais vias do centro da cidade, os profissionais da saúde informavam a população sobre a pauta de reivindicações, como também a resposta do poder público para as solicitações da categoria. Os panfletos distribuídos apontavam os principais problemas enfrentados pela saúde pública municipal.

A pauta que já havia sido entregue foi respondida para o sindicato com as resoluções do governo municipal. Entretanto ela não foi bem aceita pela categoria, que rejeitou todos os pontos alegando a falta de avanços. “O que o prefeito colocou no papel, foi pior do que a conversa que tivemos com ele”, disse a diretora do Sindsaúde, Célia Dantas. A conversa que a sindicalista se refere foi uma aconteceu no dia 16 de setembro, na qual o prefeito e a Secretaria ouviram a categoria, porém sem apresentar um avanço nas negociações alegando “não ter condições”.

No documento, o reajuste salarial de 27,08% que era pedido pelos profissionais, foi negado. A Prefeitura disse que se comprometeria a apresentar uma proposta de correção, a qual contemple os anos de 2013 e 2014, mas baseada nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal e da disponibilidade de recursos em caixa para promover o aumento. Entretanto, a entidade aponta a ausência de um aumento salarial há três anos.

Já quanto aos benefícios, como licença prêmio, aposentadoria integral, adicional de segurança do trabalho, foram todos negados, de acordo com o sindicato. O pagamento deveria ser analisado por uma comissão que avaliaria as condições dos cofres públicos de honrarem com este compromisso.

Sobre as solicitações referentes às condições de trabalho, nenhum passo foi dado, e o documento entregue pela Prefeitura não abrangeu este ponto. Durante o mês de setembro, todas as quintas-feiras, o Sindsaúde promovia um ato na frente de unidades que apresentavam diversos problemas. O Jornal de Hoje acompanhou estes atos, e entre as principais críticas estavam falta de condições para a realização do trabalho, péssima infraestrutura e a falta de medicamentos.

O auxiliar de enfermagem, Gilmar Maia, trabalha no Centro de Apoio Psicossocial (Caps) da zona Norte. Ele destaca que o local está em “condições precárias”. Entretanto, a procura não diminui e com o aumento de solicitações de atendimento, a situação só agrava. Como um exemplo do estado da unidade, ele destacou que a recepção está interditada, pois parte do teto caiu e as rachaduras representam perigo para funcionários e pacientes. Parte da população concorda com o ato, ressaltando que são incontáveis as vezes que procurou atendimento e saiu frustrada de alguma forma. “Se eu for falar os problemas que já tive nas unidades de saúde, vou passar o dia todo aqui”, destacou Noêmia Rodriguez, 70 anos.

Os profissionais destacam que se o governo não voltar atrás eles devem realizar assembléia no próximo dia 10, com a votação do indicativo de greve.

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