domingo, 14 de dezembro de 2014

Tenente Styvenson reúne admiradores e desafetos no trabalho que realiza na PRE


Ele não é estrela da televisão ou músico famoso. Também não é jogador de futebol ou político envolvido em escândalo. Entretanto, ninguém em Natal teve o nome tão decantado em verso e prosa quanto o tenente da Polícia Militar Eann Styvenson Valentim Mendes, comandante da Polícia Rodoviária Estadual.    

A fama dele não deriva da prisão de criminosos de alta periculosidade, mas de gente comum, homens e mulheres que infringiram a proibição de dirigir após consumir bebidas alcoólicas. Mas a posição dura e dentro da linha do oficial da PM desagrada a muita gente. Inclusive a membros da própria corporação da qual faz parte. “O meu respaldo está aqui, olha”, declara Styvenson, colocando a mão sobre o livro Vade Mecum 8ª Edição Acadêmico De Direito.   

Mesmo cumprindo o que determina a lei, fontes da Polícia Militar que não quiseram se identificar confirmam que muitos policiais da instituição não vão muito com a cara de Styvenson, apesar de o comandante geral da corporação afirmar desconhecer esse fato. Todavia, a motivação de todos os desafetos seria a mesma: ou os PMs foram pegos pelo tenente da Lei Seca, ou tiveram parentes e pessoas próximas que foram autuados nas blitze.   

O comandante coronel Francisco Araújo diz que Styvenson tem toda a autonomia para aplicar a Lei Seca. “Ele tem todo o respaldo do comando”, reitera.  Araújo também dá razão ao tenente nas abordagens a pessoas que ocupam posições influentes na sociedade, sem distinção. “A partir do momento que você está no volante do carro, todos os títulos se resumem ao de condutor de veículo automotor”, alega o comandante.   

“O tratamento diferenciado por causa da posição na sociedade, se a pessoa tem algum tipo de privilégio pela posição que ocupa, ocorre no processo. Não impede a autuação”, defende o tenente linha dura.    

Entretanto as inimizades que Styvenson tem angariado desde que foi colocado à frente das blitze já lhe causaram problemas no passado. “Eu recebo mais ameaça agora do que quando prendia traficantes e estupradores nos outros batalhões da PM”, diz.   

Em 2012, o oficial foi retirado do seu serviço nas barreiras policiais e transferido para o 9º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento na Zona Oeste da capital. Questionado pela reportagem se o motivo da transferência foi uma articulação por vingança em virtude das abordagens, Styvenson confirma que sim. “A gente tava incomodando. Você não tem noção do que é fiscalizar uma coisa que ninguém acha que é problema”, declara. 

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