A queda para 56% das intenções de investimentos dos empresários da indústria no Rio Grande do Norte em 2015 é mais um sintoma de como o setor vai mal no estado. No ano passado, essa intenção era maior, e pelo menos 79% das empresas pensavam em investir.
Com dificuldades de acesso ao crédito para investir, a indústria potiguar deve ter um ano ruim. Segundo a pesquisa Sondagem Especial Financiamento na Indústria Potiguar, da Federação das Indústrias do RN (Fiern), 66% das empresas instaladas no Estado se financiam exclusivamente com capital próprio. Isso porque os bancos exigem cada vez mais garantias, encurtam o prazo de pagamento e reduzem o valor dos empréstimos. De acordo com a Sondagem Especial, 50% das indústrias estão no limite ou acima da linha de endividamento. Outras 47% que solicitaram crédito apontam que o valor aprovado foi igual ao que elas necessitaram.
A pesquisa, feita em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), em julho de 2014, constatou que 59% da empresas avaliaram que os prazos dos empréstimos e financiamentos aprovados foram iguais aos de 2013. As indústrias que solicitaram crédito no segundo semestre de 2014 reclamaram da burocracia. Elas apontaram que as exigências de documentos e renovação de cadastro dificultaram mais ainda a obtenção do crédito.
Sandra Cavalcanti, da unidade de Economia da FIERN, explicou que a pesquisa feita no segundo semestre de 2014 é um retrato bem atual da situação da indústria mas e que a situação aumentou do ponto de vista negativo este ano. “Os juros aumentaram, a crise se agravou em 2014, a inadimplência das empresas também aumentou”, explicou a economista.
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