sábado, 3 de novembro de 2018

Supremo notifica Eduardo Bolsonaro a responder denúncia de ameaça a jornalista



Reeleito com a maior votação da história da Câmara, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi notificado na última terça-feira (30) e tem até o próximo dia 14 para se defender da acusação de que ameaçou uma jornalista. O filho do presidente eleito Jair Bolsonaro foi denunciado em abril pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, por ter feito ameaças a uma jornalista que trabalhava em seu antigo partido, o PSC, por meio do aplicativo de mensagens Telegram.

Eduardo foi enquadrado por Raquel no crime de ameaça por palavra ou gesto, que prevê prisão de um a seis meses. Por ser considerado um crime de menor potencial ofensivo, a procuradora-geral fez uma proposta de acordo que prevê, entre outras coisas, o pagamento de multa de R$ 50 mil à jornalista Patrícia Lélis por danos morais e o pagamento mensal de 25% do salário de deputado, por um ano, ao Núcleo de Atendimento às famílias e aos autores de violência doméstica.

Os oficiais de Justiça procuravam diariamente, em seu gabinete, o filho do presidente eleito desde 3 de outubro. Mas só conseguiram notificá-lo na última terça. A notificação foi determinada pelo ministro Luis Roberto Barroso, que relata o caso, diante da falta de manifestação do parlamentar.

O novo líder do PSL é acusado de ter ameaçado Patrícia por meio do Telegram, concorrente do WhatsApp. A peça enviada pela procuradora-geral ao Supremo reúne reprodução de conversas entre os dois no aplicativo que tem entre suas principais ferramentas uma que permite a destruição automática das mensagens conforme período pré-estabelecido.

Embora Eduardo tenha acionado o dispositivo para que o texto desaparecesse após cinco segundos, Patrícia conseguiu salvar imagens da conversa. Raquel Dodge concluiu que a intenção de Eduardo Bolsonaro era, claramente, impedir a livre manifestação da jornalista com ameaças. O deputado não comenta o assunto e diz que só se manifestará na Justiça.

A desavença pública entre os dois começou após Eduardo publicar em seu perfil no Facebook um desabafo a respeito de uma ex-namorada que, nas palavras dele, trocou roupas recatadas por danças sensuais, depois de ter rompido com ele para sair com um médico cubano. “Feminismo é uma doença”, escreveu o deputado.

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